Parte de uma geração de rebanho de gado canchim, fruto de anos de pesquisas de melhoramento genético, morreu em incêndio que atingiu a fazenda no começo deste mês. A perda, classificada como irrecuperável pelo chefe do órgão, deve atrasar as pesquisas em pelo menos um ano.
Os últimos dias na Fazenda Canchim foram de contabilização das perdas materiais, contenção de pequenos focos de incêndio que ainda persistem em áreas de mata e planejamento para a retomada das pesquisas, segundo Alexandre Berndt, chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste. Entre os trabalhos em andamento na unidade estão pesquisas de melhoramento de gado Nelore e da leguminosa guandu, vegetal usado na alimentação animal, além dos gados Canchim.
“O mais crítico e irrecuperável foi a perda destes 33 animais (Canchim), praticamente um grupo todo de fêmeas desmamadas neste ano. É um lote jovem, a continuidade de um programa de melhoramento. Ainda temos as dez irmãs que estão em recuperação e os irmãos que estão em outro piquete. Só no ano que vem vamos poder vamos poder recuperar o projeto com a vinda de uma nova geração”, relata.
Com 900 hectares queimados, parte deles área de pasto, a Embrapa tem se concentrado em comprar alimentos para os animais. Em um segundo momento, as equipes se concentrarão na reconstrução de cercas para permitir que o rebanho volte a piquetes.
“Vamos recuperar ou reconstruir porque com as próximas chuvas do início da primavera, em meados de outubro, quando a chuva se firmar, o pasto se recupera muito rápido”, vaticina.
Para as próximas semanas, até a chuva cessar, a equipe trabalhará nos esforços de contenção dos pequenos focos que ainda persistem. A partir da primavera, porém, a brigada de incêndio será desmobilizada e os funcionários poderão voltar à condução dos experimentos.
“O fato de a equipe estar com esse foco faz com que tenhamos menos gente para conduzir esses experimentos. Então o que é possível ser postergado será. Posso dizer que todas as pesquisas foram afetadas por esse incêndio”, finaliza.