Um levantamento do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP) apontou um aumento de 64,7% no número de primeiras habilitações para motociclistas, na comparação com fevereiro. O crescimento, segundo o órgão, coincide com o aumento no valor do combustível.
Segundo o Detran.SP, foram 2.002, contra 1.214 no mês passado. Esse é o maior número registrado desde janeiro de 2020, quando 2.104 habilitações foram emitidas.
O aumento pode ser justificado pelo aumento da gasolina, que aumentou 6,9% no período, e atualmente está, em média, na casa dos R$ 7,32 por litro, segundo levantamento do Índice de Preços Ticket Log, empresa de gestão de frotas que monitora os preços de 21 mil postos do país.
Até agora, este é o preço mais alto pago no litro da gasolina pelos brasileiros em 2022. Em janeiro e fevereiro, o gasto médio dos motoristas era, respectivamente, de R$ 6,908 e R$ 6,880 por litro.
Assim, os veículos de duas rodas são opções interessantes para quem procura gastar menos com gasolina. Com apenas um litro de combustível, motos, scooters e motonetas podem rodar até 50 km. Um carro popular dentro das melhores condições circula em média de 14 a 19 km/l com a mesma quantidade do combustível.
“A alta reflete a busca por um combustível mais econômico. Os números mostram que a troca do carro pela moto é uma das alternativas encontradas para condutores que circulam constantemente”, disse Neto Mascellani, diretor-presidente do Detran.SP.
O presidente do Sindautoescola.SP, José Guedes Pereira, acredita que, além da alta do combustível, esse aumento tem relação com o desemprego causado pela pandemia.
“Em março, o principal fator pelo aumento foi a alta dos combustíveis, pois rodar de motocicleta gera um melhor custo para quem trabalha com o veículo. Mas, durante a pandemia, a procura deu sinais de evolução, pois muitas pessoas que perderam ou tiveram o salário reduzido viram o veículo de duas rodas como uma ferramenta para fonte de renda”, destaca Guedes.
Processo de habitação
Para quem precisa realizar o processo de habilitação na categoria A, 2.748 autoescolas estão credenciadas no Estado de São Paulo. A legislação prevê que o cidadão realize o exame médico, psicológico (psicotécnico) e 45 horas de curso teórico. Ao final, o aluno realiza o exame teórico. Após concluir esse processo, são mais 20 horas de aulas práticas de direção veicular. E, por fim, o teste prático.