O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está convocando pacientes mulheres, com idades entre os 40 e 80 anos, portadoras de artrite reumatoide e cuja incidência da doença atinja as articulações dos dedos das mãos, para um tratamento no âmbito de uma pesquisa inserida em um trabalho de mestrado que será desenvolvido na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) na Santa Casa de São Carlos.
A fisioterapeuta Kely Zampieri (43) é a profissional de saúde que ficará responsável pelos tratamentos, utilizando um novo equipamento desenvolvido pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP que conjuga a emissão de laser e ultrassom. Já com experiência na aplicação de terapias conjugadas em pesquisas, a fisioterapeuta está esperançosa em obter resultados positivos com este novo tratamento.
“Este tratamento está dedicado apenas aos dedos das mãos das pacientes e vem no sentido de aliviar as dores e diminuir as inflamações causadas pela artrite reumatoide, na perspectiva de devolver uma melhor qualidade de vida na execução das atividades da vida diária. Note-se que este tratamento não substitui, em nenhum caso, a medicação que está sendo – ou foi – prescrita pelos médicos, pelo que as pacientes deverão continuar a mesma”, sublinha.
As pacientes voluntárias serão submetidas a oito sessões deste novo tratamento, realizadas duas vezes por semana, para, no fim, serem feitas as necessárias avaliações.
Para o coordenador da UTF, Dr. Antônio de Aquino Jr. “Espera-se que este tratamento tenha um resultado muito positivo e que este trabalho de mestrado faça toda a diferença em prol do restabelecimento de níveis de qualidade de vida destas pacientes”.
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite reumatoide (AR) é uma doença inflamatória crônica e autoimune que pode afetar várias articulações do corpo humano, sendo que a causa é desconhecida, acometendo principalmente mulheres. A doença inicia-se entre os 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.
Os sintomas mais comuns são similares aos da artrite: dor, edema, calor e vermelhidão em qualquer articulação do corpo, sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna cervical é frequentemente envolvida.
As articulações inflamadas provocam rigidez matinal, fadiga e com a progressão da doença há destruição da cartilagem articular, sendo que os pacientes podem desenvolver deformidades e incapacidade para realização de suas atividades, tanto na vida diária como na profissional. As deformidades mais comuns ocorrem em articulações periféricas, como os dedos em pescoço de cisne e dedos em botoeira, entre outras.
Calcula-se que, no mundo, existam cerca de 79 milhões de pessoas com a doença, enquanto que no Brasil o número ronda os 2 milhões de pacientes.