Um estudo de pesquisadores dos departamentos de Fisioterapia (DFisio) e Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificou relação entre a falta de vitamina D e o risco de desenvolvimento de incapacidade funcional em atividades instrumentais de vida diária (AIVD) em homens. A pesquisa foi publicada na revista Nutrients.
As AIVD são atividades cotidianas que exigem um maior nível de atenção durante sua execução, como por exemplo atividades domésticas, gerenciamento de finanças, capacidade de utilizar meios de transporte e de comunicação. Elas são fundamentais para a manutenção da capacidade funcional de idosos, que reflete a habilidade de entender demandas físicas do cotidiano.
Segundo Tiago Alexandre, docente do DGero e orientando da doutoranda Mariane Marques Luiz, responsável pela pesquisa, a vitamina é importante para o funcionamento dos músculos, e quando os níveis estão baixos, leva à fraqueza e atrofia muscular.
“A vitamina D desempenha uma ação protetora no sistema nervoso central e há evidências de que a sua deficiência favorece o declínio cognitivo, o que pode explicar o pior desempenho nas AIVD, uma vez que se tratam de atividades que precisam da capacidade cognitiva preservada”, explicou.
Metodologia
Foram avaliados 4.768 indivíduos ingleses participantes do Estudo ELSA, com 50 anos ou mais, que não tiveram dificuldade nas seguintes AIVDs: gerenciar finanças, utilizar meios de transporte, fazer compras, preparar refeições, usar o telefone/meios de comunicação, gerenciar medicamentos e realizar tarefas domésticas.
Os indivíduos foram classificados de acordo com seus níveis de vitamina D e tiveram informações coletadas sobre dados socioeconômicos, hábitos de vida e condições de saúde. Após quatro anos de acompanhamento, foram reavaliados para verificar o desenvolvimento de dificuldade para realizar uma ou mais das AIVD. No fim do acompanhamento não foi encontrada nenhuma associação com as mulheres, mas a deficiência da vitamina aumentou em 43% o risco para homens.
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Resultados
Os autores sugerem que os resultados encontrados apenas para os homens possivelmente ocorrem devido à associação entre vitamina D e a testosterona. “Os homens sofrem uma maior atrofia das fibras musculares do que as mulheres devido à redução dos níveis de testosterona com o envelhecimento. Uma vez que a vitamina D contribui para a produção de testosterona, a sua deficiência pode intensificar a atrofia muscular nestes indivíduos”, relatam.
Os autores alertam que apesar da principal fonte de vitamina D ser a exposição ao sol, quando seus níveis estão deficientes, a suplementação pode ser uma estratégia de tratamento, precisando ser prescrita somente por nutricionistas e médicos.
O estudo teve financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Recentemente, a pesquisa foi publicada na Nutrients, revista na área de Nutrição. (Confira a íntegra do artigo aqui)
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