Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia e do Grupo de Biotecnologia Molecular do Instituto de Física de São Carlos (IFSC), da USP, descobriram que a vitamina C pode ter potencial de dificultar a formação da proteína apontada como causadora do Mal de Alzheimer.
Os testes foram feitos em escala laboratorial em pesquisa teórico-experimental que investiga como o ácido ascórbico afeta a formação das placas de beta-amilóide, pequena proteína existente no sistema nervoso central.
Os pesquisadores descobriram que, em escala laboratorial, o ácido ascórbico é capaz de impedir a agregação dessas proteínas e formação das placas, se mostrando promissor para ser usado no tratamento da doença.
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Como explica Valtencir Zucolotto, coordenador do Grupo de Nanomedicina da USP (GNano), o trabalho combina estudos experimentais e teóricos, “além de utilizar técnicas avançadas de microscopia, como a microscopia de força atômica (AFM), mostrando o efeito do ácido ascórbico sobre o processo de agregação da beta-amilóide”.
Para Isabella Sampaio, autora do trabalho, “os resultados são muito interessantes porque mostram que o ácido ascórbico, uma molécula comum na dieta humana e de baixo custo, atua como um possível inibidor do processo de agregação da beta-amilóide”, o que pode ter impacto não só na prevenção da doença como impedir o avanço dela e as perdas cognitivas do paciente.
Segundo Alessandro Nascimento, co-autor do trabalho, “estes achados avançam no conhecimento de fatores que podem estar diretamente ligados ao desenvolvimento da doença”. Estudos passados já indicavam que a vitamina E, que também é um antioxidante, tem um papel interessante reduzindo a velocidade de progressão da doença.
Para uma maior compreensão, o ácido ascórbico é uma molécula antioxidante extremamente importante no nosso organismo. Ele promove uma série de respostas de âmbito imunológico, além de manter a integridade endotelial, ou seja, a preservação do endotélio, que é a camada fina de tecido epitelial que reveste a parede interna de todos os vasos sanguíneos, sendo reconhecido por desempenhar múltiplas funções, entre as quais a regulação da pressão arterial e protegendo, inclusive, as células neuronais de danos oxidativos, como os provocados pelas placas na beta-amilóide.
Com esse estudo, os pesquisadores abrem uma porta para investigar o potencial terapêutico do ácido ascórbico no combate à doença de Alzheimer.
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