Pesquisadores de São Carlos e do Canadá reportaram o uso eficaz de um tipo de fototerapia para erradicar melanoma ocular em camundongos.
Baseada em laser pulsado, a técnica envolve a aplicação de uma grande quantidade de luz por um curto período de tempo para a ativação de um fármaco.
O estudo, feito por cientista do Centro de Pesquisa em Ótica e Fotônica (Cepof), no Instituto de Física de São Carlos, com a colaboração University of Toronto e Princess Margaret Cancer Center, do Canadá.
O estudo, publicado recentemente em um periódico internacional abre caminho para um possível tratamento futuro menos drástico para a doença. As estratégias atuais apresentam baixa efetividade e envolvem, em muitos casos, radiação ionizante e remoção do olho afetado do paciente.
Técnica já utilizada no tratamento do carcinoma basocelular (tipo mais comum de câncer de pele), a terapia fotodinâmica envolve o uso da luz para a ativação de fármacos, em condições adequadas de radiação e na presença de oxigênio (todas as células – de câncer ou normais – precisam do oxigênio para realizar suas funções metabólicas). O melanoma, um dos tipos de câncer mais agressivos, no entanto, tem se mostrado um desafio, por conta da melanina, um pigmento escuro que compete com o medicamento fotossensibilizador pela absorção da luz.
Os testes foram realizados com camundongos doentes, que, após serem submetidos à terapia para a ativação do fármaco Visudyne, utilizado para o tratamento da degeneração macular, passaram a não apresentar nenhum tumor residual visível.
Segundo as pesquisadoras, a terapia quebra o paradigma de que lesões pigmentadas não podem ser erradicadas com terapias à base de luz.
Também foi demonstrado que o método é seguro, uma vez que não causou danos nas estruturas adjacentes. “O tratamento se mostrou altamente seletivo e efetivo”, afirma.
A descoberta abre caminho para, no futuro, possibilitar um tratamento para o melanoma ocular mais efetivo, que ofereça o mínimo de efeito colateral – atualmente, os tratamentos disponíveis apresentam baixa efetividade e risco de 50% de o paciente desenvolver metástase (e, quando metastático, a sobrevida é de apenas quatro a 13 meses).
*Com Agência Fapesp.
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