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CotidianoPlano anti enchente de São Carlos aposta em reservatórios e barragens para 'segurar' a água; entenda

Plano anti enchente de São Carlos aposta em reservatórios e barragens para ‘segurar’ a água; entenda

Estudos revelados hoje mostram intervenções que reduzirão a incidência de enchentes na bacia do Córrego do Gregório, curso d’água que atravessa o Centro de São Carlos de leste a oeste

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A gestão municipal de São Carlos apresentou nesta segunda-feira (6) planejamento para a mitigação dos problemas nas enchentes para os próximos anos. Estudos contratados junto à iniciativa privada estabelecem ações com o foco nas realidades dentro de 10, 25 e até 100 anos.

O evento de apresentação aconteceu no Paço Municipal e reuniu autoridades municipais, membros de órgãos da sociedade civil organizada.

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Os estudos revelados hoje mostram intervenções que reduzirão a incidência de enchentes na bacia do Córrego do Gregório, curso d’água que atravessa o Centro de São Carlos de leste a oeste. Apenas na primeira fase, os custos estão inicialmente estimados em R$ 159 milhões em intervenções em quatro pontos da bacia. Apesar de ser afluente do Monjolinho, o Gregório tem capital importância, por cruzar regiões densamente habitadas e ter dentro de sua bacia grande parte da área urbana do município.

O plano dos engenheiros é “segurar” as águas do Gregório e seus afluentes em localidades mais afastadas da região central, ponto nefrálgico das enchentes em São Carlos. Há décadas comerciantes e moradores da localidade sofrem com a violência das águas na área de várzea em que estão instalados o Mercado Municipal e comércios vizinhos.

A proposta principal vista em apresentação no Paço Municipal abandona a tese de destamponamento (“destampamento”) do Gregório. O Plano Municipal de Drenagem. A ideia da época, nunca implantada, era de “abrir” o córrego criando um vasto parque linear no centro da cidade. A área levaria à desapropriação de perto de 50 mil metros quadrados, afetando 13 quarteirões aproximadamente.

Os engenheiros consideram o projeto antigo de “complexa execução”, que demandaria diversas intervenções em área densamente ocupada por estabelecimentos comerciais, o que multiplicaria ainda mais as cifras envolvidas na intervenção.

O que prevê o plano?

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Dividido em três fases de preparação (10, 25 e 100 anos) o estudo da micro bacia do Gregório prevê ao menos quatro intervenções ao longo da primeira década.

As obras e concentrariam em barramentos em áreas que atualmente estão desabitadas.

A primeira delas é um barramento para segurar as águas dos córregos do Gregório e da Primeira Água, a leste da Rodovia Washington Luís. Estrutura terá capacidade de 92,9 mil m³ de águas, sendo a terceira maior de todo o plano proposto hoje.

Outra estrutura fica no Córrego do Sorregotti, que deságua na região da Educativa. A proposta é de uma barragem de 55,5 mil m³ de capacidade, armazenando a água das regiões do Tangará e Sabará, na região leste.

Os engenheiros também propõem 28,4 mil m³ de reservação no Córrego do Lazarine, nas proximidades do fim da rua 13 de Maio, entre o Jardim São Carlos e Cardinalli.

A maior estrutura de reservação anti enchente ficará nas proximidades do Fórum, na marginal da Chaminé. A ideia da administração e dos engenheiros ganhou mais corpo na atual apresentação, com reservas de 250 mil m³ de água em um “piscinão” fechado, com uso da parte superior como área multiuso, com quadras, praça ou parque.

O piscinão da marginal da chaminé terá a incumbência de captar parte das águas que passam pelo próprio Córrego do Gregório, guardar em seu interior e posteriormente, com a ajuda de bombas, descarregar novamente no curso d’água após o período crítico.

Com a capacidade de reservação ampliada, “segurando” as águas da chuva e dos rios longe do Centro, os engenheiros acreditam que poderão mitigar os problemas das enchentes com menor uso de áreas de desapropriação.

“Preconizamos o amortecimento de cheias e adequação dos canais às vazões de projeto, especialmente na região do Mercado, onde o curso d’água passa a ser confinado para se adequar às vazões de projeto, à capacidade deste trecho que é de difícil intervenção e é bastante adensado”, afirmou a engenheira Natália Silva.

Próximas fases

Nos horizontes de 25 e de 100 anos, estão previstos mais reservatório ao longo do Gregório e ampliação do Piscinão da Travessa 8, na Vila Prado. Para este último há um projeto de criação de parque no local atualmente, mas não se sabe se deve haver alguma adequação relacionada ao novo pacote antienchente.

“Nós propusemos a hierarquização dos investimentos requeridos, com o faseamento das intervenções. E apresentamos o projeto em fases de 10, 25 e 100 anos”, afirma.

A proposta apresentada pelo escritório de engenharia ainda mostrou ao público outra alternativa em que os prazos de execução são encurtados com a inclusão de obras estimadas para daqui a 25 anos para apenas 10, garantindo maior celeridade.

Luta por recursos, afirma Netto

Com o custo milionário relacionado às obras anti enchente, São Carlos deverá buscar patrocínio junto aos governos estadual e federal.

Após a aprovação do estudo, os engenheiros deverão iniciar a elaboração dos projetos, o que deve abrir a corrida por recursos públicos junto à federação, segundo Netto.

Pelo cronograma proposto, os projetos executivos deverão ser finalizados entre outubro e novembro, prazo fora das restrições eleitorais e que poderá liberar a atual gestão para “passar o pires” no Palácio dos Bandeirantes e em Brasília, segundo o secretário de Governo, Netto Donato.

“As eleições não devem atrapalhar, porque nós vamos pegar [o projeto] no pós-eleição e vai casar com o cronograma. Inclusive poderemos incluir [as obras] na própria Lei Orçamentária do município. Estamos nos preparando para usar recursos do nosso Orçamento nisso, também”, afirma.

A possibilidade, pondera Netto, pode virar realidade dentro das capacidades financeiras do município, que tem Orçamento anual na casa dos R$ 1,5 bilhão.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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