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CotidianoProblemas no Bicão continuam; "tenho medo que o parque acabe", afirma moradora

Problemas no Bicão continuam; “tenho medo que o parque acabe”, afirma moradora

Desde a realização de audiência pública sobre a área de lazer, em março, pouco se avançou na resolução, apontam

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A proximidade com a temporada chuvosa e a falta de resolução dos problemas de drenagem preocupam moradores que vivem no entorno do Parque do Bicão, em São Carlos.

As chuvas que ocorreram há algumas semanas na cidade reavivou o drama das fortes enxurradas nas ruas do entorno e o alagamento no local.

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O problema já foi assunto de audiências públicas realizadas na Câmara Municipal, uma delas, em março. Ao fim das conversas, a promessa de que o poder público se esforçaria para dar início a intervenções para solucionar a questão.

Passados sete meses desde a discussão no Parlamento, os problemas na região do Parque do Bicão continuam, agravados pelo fim do contrato de zeladoria de uma cooperativa médica local.

Segundo a aposentada Rosana Helena Segnini, que mora próximo ao parque, nos últimos meses não foram vistos avanços para solucionar o transbordamento do Córrego do Medeiros, tampouco com relação às perigosas enxurradas que atingem as ruas do entorno.

“Os problemas são bem recorrentes, por conta da intensidade da água, do volume que desce por aqui, além do lixo. Há um processo de erosão dentro do parque, que cada vez expõe mais as raízes das árvores. A terra desce e vai para a represa, que foi restaurada no passado”, enumera.

A microbacia do Córrego do Medeiros drena uma área de aproximadamente 2 km², o equivalente à área de 70 estádios do “Luizão”, por exemplo. O curso d´água nasce entre os bairros Bela Vista e Boa Vista, tem apenas 1,4 km de extensão, mas sofre com a expansão urbana no centro-sul de São Carlos.

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Uma cobrança recorrente dos moradores do entorno é a realização de uma extensa obra de drenagem na microbacia do Medeiros. A instalação de uma rede de água da chuva que captaria a água nas bocas de lobo evitaria que uma densa enxurrada desça pelas ruas, ameaçando invadir as residências e estragando o asfalto.

A própria administração municipal tem ciência do que deve ser feito e admitiu a necessidade em audiência pública. Na época, foi anunciada licitação para a elaboração do projeto da drenagem. Passados sete meses, a Prefeitura afirmou que o processo continua com o Departamento de Licitação, sem lançamento previsto.

Dinheiro para bancar o projeto já existe, relembra Rosana. São cerca de R$ 300 mil conquistados por emenda parlamentar. A obra em si tem custo milionário.

“Não sei se você concorda, mas pode ir fazendo por etapas, porque o parque não vai aguentar mais essas chuvas intensas, inclusive com maior frequência”, emenda.

Parque do Bicão ficou inundado em temporal em 2022 (Foto: Arquivo Pessoal)

“Todo mundo sabe a causa”, afirma moradora

A vizinha Rosaria de Fátima Rodrigues segue indignada com a situação. Entra ano e sai ano, o medo aumenta no período chuvoso.

Há algumas semanas, os frequentadores do parque tiveram uma amostra do que poderá vir por aí com as chuvas do fim de ano. Durante um temporal, as águas vindo de todos os lados invadiram o Bicão, como se ali fosse um grande piscinão.

“É perigoso e deixa a gente amedrontado. […] Eu sinto, os moradores sentem abandonados, porque ninguém faz nada. É tanta promessa. Um vai passando para outro e ninguém faz nada”, lamenta.

Árvores estão com raízes expostas por causa das enxurradas (Foto: Arquivo Pessoal)

Problema atrás de problema

É fato que a área do Parque do Bicão é fundo de vale, sendo sujeita a inundação. No passado, antes da urbanização chegar ao local, época em que “era tudo mato”, houve naquela região uma represa. Mesmo em época de fortes chuvas, a vegetação da fazenda drenava a água, que aflorava em forma de nascente na região do hoje Bicão.

Com a urbanização e impermeabilização da região, a água que escoava mansa mostrou uma faceta mais atroz, por ação do homem. Com ela vem a destruição. Em alta velocidade, deixa nua as raízes das árvores do Bicão. Doentes, elas sucumbem e tombam, aumentando ainda mais o risco de acidentes no local.

O risco de queda de árvores, inclusive, motiva a interdição de áreas do parque. A Prefeitura afirma que irá realizar a extração de espécies condenadas.

Outro efeito colateral é a destruição de calçadas, que se soltam ou abrem buracos. Irregularidades na pavimentação podem causar quedas entre idosos e crianças, principalmente.

“Eu já torci o pé por causa disso dentro do Bicão. Tem muito lugar lá que a calçada está quebrada. E do lado de fora também não dá para caminhar”, conta a aposentada Rossy Mara Pinheiro.

“Tenho o medo de que o próprio parque venha a acabar. Acho que precisa aumentar o espaço para as águas, de muitos cuidados”, emenda.

A própria existência da barragem do parque é ameaçada pelas chuvas. Em janeiro de 2021, a represa estourou e deixou o espelho d´água vazio por meses, até a sua reconstrução em outubro do ano passado.

Sem adoção, situação agrava

Moradores ouvidos pelo acidade on também relatam que a zeladoria do parque decaiu depois que o contrato de adoção por parte de uma cooperativa de médicos expirou.

Em resposta, a Prefeitura afirmou que não há novos interessados em adotar o Bicão e que o processo está nas mãos da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Urbano.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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