O projeto Domus, criado por estudantes da USP de São Carlos (SP), está entre os 12 melhores projetos do mundo em um prêmio de ação climática global. A iniciativa busca revestir moradias em situação precária reaproveitando embalagens cartonadas.
Ao todo, 174 equipes estavam participando do Race for Climate Action 2021 (Corrida pela Ação Climática). O prêmio visa mobilizar e reconhecer ações empreendedoras que atuem com objetivo de gerar impacto positivo e sustentável nas mudanças climáticas, com foco na ODS 13.
A competição continua em etapas, sendo que a próxima acontece entre maio e junho e deve revelar o TOP 5 de projetos mundiais. O campeão será apresentado em setembro.
Neste momento, a equipe é a única representante brasileira no desafio. “A gente está entre os 12 melhores projetos do mundo todo, que atuam na parte de ações climáticas, sendo que a gente é o único representante brasileiro agora”, disse Pedro Diniz, coordenador geral do Enactus da USP de São Carlos.
Entenda o projeto
O projeto Domus começou em 2019, com alunos que fazem parte da Enactus, uma atividade de extensão da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) que desenvolve projetos de empreendedorismo social com objetivo de impactar os pilares ambiental, social e econômico.
O pontapé inicial foi dado quando, durante as visitas em comunidades da cidade, a equipe composta por 12 estudantes percebeu que um dos grandes problemas estava na questão de moradias.
“Muitas moradias eram feitas com pedaços de madeira em situação complicada, que deixava a estrutura bem negativa e a qualidade caía muito, tanto para a questão estrutural quanto para a entrada de vento, controle térmico, entrada de animais”, explicou Diniz.
Com o problema, logo veio a solução. Os estudantes tiveram a ideia de revestir o forro de moradias com embalagens tetrapack, reutilizando caixas de leite e de suco e criando uma espécie de manta, unindo caixinhas em caixinhas para aplicação no teto.
“O benefício é o conforto térmico, ou seja, se lá fora está muito calor, dentro da casa fica uma temperatura mais amena. Se lá fora está muito frio, a gente consegue controlar a temperatura para não ficar tão baixo dentro da casa, além de impossibilitar infiltração de água, passagem de vento, de animais, tem vários benefícios e além de também ajudar a combater a emissão de CO2”, disse o estudante.
Para viabilizar o projeto, os estudantes têm parceria com vários pontos da cidade para coleta dessas caixas. Um deles está localizado no Passeio São Carlos. A recomendação é que, se possível, os materiais sejam descartados limpos e cortados. Mais informações sobre como ajudar podem ser encontradas nas redes sociais do projeto.
Participação
Participam do projeto os estudantes Gustavo Kenzo Tamura e Carlos Henrique de Oliveira Rodrigues, da Engenharia Civil; Gustavo Cassim da Silva e Rafael Ribeiro Cavalheiro, da Engenharia Mecânica; Talita Vasconcelos de Abreu e Laura Souza Victoria, da Engenharia Ambiental; Isadora Grassi Bizinotto, da Química; Bruno Sangali, da Arquitetura e Urbanismo e Barbara Ruy Bardi, da Engenharia de Produção.
O líder do projeto Domus é o estudante de Engenharia Civil, Henrique Elias Buassaly. O coordenador geral do time Enactus é o estudante de Engenharia Civil Pedro Diniz Camargo Silva.
