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CotidianoRegião de São Carlos tem 57% de defasagem de policiais civis, aponta sindicato

Região de São Carlos tem 57% de defasagem de policiais civis, aponta sindicato

Estado afirma que está comprometido a reduzir a defasagem; Baixo efetivo compromete as investigações, diz delegada

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A Delegacia Seccional de São Carlos, que atende a sete municípios da região, começou 2024 com defasagem de 57% nos seus quadros.

A falta de profissionais da Polícia Civil impacta nos serviços prestados à comunidade, como investigações de crimes, e na saúde dos profissionais que trabalham no órgão, uma vez que eles ficam sobrecarregados.

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Levantamento feito pelo Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) disponibilizado ao acidade on mostra que somente 127 dos 294 cargos previstos na Seccional estão preenchidos. Isso significa déficit de 57% na carreira ou 167 profissionais a menos do que o ideal.

Gargalo na investigação

O cargo mais numeroso na Polícia Civil, de investigador, tem déficit de 61% nos cargos previstos. Dos 110 policiais previstos em lei, há apenas 42, segundo o sindicato.

E a falta de profissionais prossegue com 60% de déficit de agentes de telecomunicações e de 60% de papiloscopistas, técnico encarregado de colher digitais e realizar a identificação de criminosos, algo imprescindível em uma investigação policial de autoria desconhecida. Já os auxiliares de papiloscopista, por exemplo, inexistem na Seccional de São Carlos, mas “no papel”, deveriam haver nove funcionários.

Há, ainda, falta de 51% no cargo de agente policial, 56% no de escrivão, servidor encarregado de redigir os boletins de ocorrência e prestar atendimento nas delegacias e distritos policiais.

“A Polícia Civil é responsável por fazer as investigações, ou seja, o policiamento repressivo. E esse trabalho é prejudicado pelo déficit registrado no Estado de São Paulo”, afirma a delegada Jacqueline Valadares, presidente do Sindpesp.

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Faltam delegados

O levantamento do sindicato apresenta, ainda, reduzido número de delegados de polícia na região. Em papel, eram para existir 23, mas, na prática, são 16. Os que restam se desdobram atendendo mais de uma delegacia, em rotina excruciante.

“Não pode se perder de vista que esse acúmulo de funções que hoje os nossos profissionais têm acaba sobrecarregando eles. Os servidores por vezes desenvolvem problemas de saúde física e mental e terminam em afastamentos médicos ou até exonerações. Além disso, a Polícia Civil tem o pior salário do país”, completa a presidente.

Contratação é imprescindível

Segundo a presidente do Sindipesp, para reduzir o déficit é “imprescindível a contratação de profissionais”.

“Esses policiais são aprovados em concurso público e posteriormente eles passam por treinamento na Academia de Polícia. Atualmente há dois concursos em andamento: um de 2022 e outro de 2023”, afirma.

O primeiro concurso em aberto teve o chamamento dos futuros profissionais, que foram convocados para apresentação de documentos.

“Trazendo para a realidade dos delegados de polícia, o concurso de 2022 teve a possibilidade de preencher 250 vagas. Atualmente, a lacuna só de delegados é de 1.011. Não chega nem perto do que precisamos”, afirma.

O sindicato pede ao governo do Estado que sejam convocados, além do total de vagas abertas, os aprovados excedentes, com a finalidade de reduzir o déficit de profissionais de todas as carreiras policiais.

“Só assim vai começar a preencher a lacuna de profissionais que historicamente se formou em nosso Estado”, completa.

O que diz o Estado?

O governo estadual afirmou que tem como prioridades a “recomposição e valorização” dos policiais e reconhece o déficit. Nos cálculos oficiais, a defasagem é de 34,6%.

“Neste momento, estão em andamento concursos para preenchimento de mais de 14,7 mil vagas em diversas carreiras, incluindo policiais civis, delegados de polícia, escrivães e investigadores. Essa iniciativa visa fortalecer e revitalizar os quadros, promovendo uma atuação mais eficaz e eficiente no combate à criminalidade”, diz a nota.

A Secretaria de Segurança Pública afirmou que está “comprometida com o processo de revitalização do efetivo policial” e está atenta às “necessidades das polícias”.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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