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CotidianoResponsáveis por matar homem acusado injustamente de furto são condenados pelo Tribunal do Júri em São Carlos

Responsáveis por matar homem acusado injustamente de furto são condenados pelo Tribunal do Júri em São Carlos

Coautor de crime armou para que vítima parecesse culpada por furto de celular e dinheiro de idosa

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A Justiça condenou a mais de 17 anos de prisão Marcos Roberto Sassatti (Marcão) e a 13 anos prisão César Esterlino de Souza, réus pelo assassinato do motorista Marcos Roberto Campanhone, crime ocorrido em dezembro de 2020.

A sentença foi proferida na madrugada de hoje (29) pelo juiz Antônio Benedito Morello, da 1ª Vara Criminal de São Carlos, após os réus serem considerados culpados pelo Tribunal do Júri.

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O crime envolve falsa acusação de furto de celular e de recursos da conta de uma idosa contra a vítima Marcos Campanhone. O verdadeiro autor do crime foi Marcão, que acusou a vítima para se livrar das consequências, segundo as investigações.

De acordo com a investigação, Campanhone foi espancado e esfaqueado por Marcão e César e familiares. A vítima foi golpeada 18 vezes com facão, foi socorrida à Santa Casa de São Carlos, mas morreu no dia seguinte por conta da gravidade das lesões. O crime ocorreu na rua Coronel Leopoldo Prado, no Vila Boa Vista.

A condenação

O juiz entendeu que Marcão, para “assegurar a impunidade e a vantagem dos crimes de furto” e César “por motivo torpe” mataram a vítima. O júri afastou a tese da defesa que queria classificar o crime como “lesão corporal seguida de morte”, o que implicaria penas menores aos réus.

Marcos Roberto Sassati foi condenado a 16 anos de prisão, pela “covardia de atacar brutalmente a vítima, que morreu gratuitamente sem que algo de errado tivesse cometido” e por ter enganado o corréu César a acreditar na culpa de Campanhone, o levando a praticar assassinato. Por ter sido o verdadeiro culpado pelos furtos de celular e dinheiro da mãe de César, Marcão foi condenado adicionalmente a 1 ano, 7 meses e 6 dias de reclusão, o que eleva a pena total a mais de 17 anos.

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César Esterlino de Souza foi condenado a 13 anos de prisão, devido as “circunstâncias do crime, pela perseguição e brutalidade contra vítima”.

Marcão, que já cumpre preso outras condenações, permanecerá encarcerado por esse novo crime, enquanto que César respondeu solto ao processo e deve permanecer livre até o trânsito em julgado da condenação.

Como foi o crime

Segundo apurado durante inquérito policial, Marcos Sassati é amigo de César Estelino e furtou o celular da mãe dele.

Ao notar o desaparecimento do aparelho, a mulher, que é catadora de material reciclável, desconfiou de outros dois catadores, Márcio, conhecido como “Baixinho, e Pedro, o “Neguinho”, que foram até a casa dela buscar alguns materiais.

A idosa registrou esse furto na Polícia Civil e contou para os filhos, alguns familiares e para o Marcão sobre o sumiço do celular e sua desconfiança sobre os catadores.

Em seguida, Marcão, César e outros familiares da idosa passaram a ameaçá-los, exigindo a devolução do celular.

Ambos negaram o furto do aparelho, mas isso não convenceu o filho da idosa, que estava sendo instigado por Marcão de que os catadores eram os responsáveis.

Por conta disso, ainda segundo a Polícia Civil, César e Marcão foram até a casa de Márcio, o Baixinho, onde ameaçaram ele e toda sua família.

Na ocasião, Marcão teria esmurrado a janela de um dos quartos e jogado o celular furtado da mãe de César em uma cama.

Em seguida, ele e César foram embora.

Assustados, Baixinho e seus familiares chamaram a Polícia Militar e registraram o ocorrido.

Algum tempo depois dessa visita dos familiares da idosa buscando o celular, a enteada do Baixinho encontrou o celular em cima da cama, ao lado da janela do quarto que havia sido esmurrada pelo Marcão.

Ao ver o aparelho, ele percebeu que poderia ser da mãe de César, já que não era de ninguém que estava na casa.

Por conta disso, decidiu pedir ajuda para o irmão Marcos Campanhone, que foi até a casa.

Ao ser informado sobre o que estava acontecendo, Marcos decidiu levar o celular para a delegacia.

Como a família da idosa estava ligando, Campanhone atendeu, sem se identificar, e disse que estava indo levar o celular na delegacia.

No local, ele fez a entrega do aparelho para os policiais.

Os familiares da idosa também foram até a delegacia, onde viram Marcos entregando o celular, mas não conseguiram recuperar o aparelho nesse dia por não apresentarem os documentos comprobatórios sobre a propriedade do objeto.

No dia seguinte, a idosa foi até o banco sacar uma parcela do auxílio emergencial e constatou que já haviam sacado R$ 2,4 mil do benefício.

Segundo o delegado Gilberto de Aquino, esse valor foi subtraído por Marcos Sassati, o Marcão, através do aplicativo Caixa Tem instalado no aparelho celular dela . “Nós verificamos que quem fez o saque na conta não seria nem o Márcio e nem o Marcos, os dois irmãos. Quem fez foi Marcão Sassatti, que é o amigo do filho da vítima. Foi ele que subtraiu o celular, pegou o código da Caixa Tem e passou para o telefone dele. Ele foi no banco, fez os saques do dinheiro e depois culpou o outro”, explicou o delegado.

Sem nem imaginar que o amigo do filho era o real responsável pelo furto do celular e os saques, a idosa acreditou que o Marcos Campanhone havia sacado o auxílio emergencial dela.

Ao ser informado sobre os saques, o filho dela César, Marcão e outros familiares foram atrás de Marcos.

Ele foi confrontado sobre o furto e, ao negar, passou a ser agredido com pauladas e golpes de facão. “Eles foram e acabaram agredindo, espancando, dando mais de 18 golpes de facão na vítima”, afirmou Aquino.

Durante as agressões, o celular do Marcos caiu no chão e César furtou o aparelho.

Na sequência, os agressores deixaram o local. 

Marcos chegou a ser socorrido e foi internado na Santa Casa, mas morreu no dia seguinte por conta da gravidade das lesões.

Ainda segundo o delegado, César deu o celular que pegou de Marcos para o filho de 8 anos.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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