Domingo, 9 de julho, é feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 em todo Estado de São Paulo. A data relembra quando os paulistas lutaram contra o regime de repressão do Governo de Getúlio Vargas e pediam por uma constituição.
Em São Carlos, 11 contingentes de soldados voluntários saíram para as frentes de combate no período de julho a outubro de 1932, quando a revolução acabou após a rendição de São Paulo, deixando um saldo oficial de 634 paulistas mortos.
Oito soldados de São Carlos estavam entre as vítimas do conflito. Quatro deles foram enterrados na cidade: Alípio Benedito, Benedito Ferreira da Silva, Luiz Roher e Modesto Santana. Inicialmente, seus corpos foram sepultados no cemitério Nossa Senhora do Carmo e por lá ficaram até 1957, aniversário de 100 anos do município.
Nesta data, eles foram homenageados e seus ossos transladados para a Praça dos Voluntários, ao lado do Mercado Municipal. Seus restos mortais permanecem ali até os tempos atuais, embaixo de um monumento do conflito.
Quatro soldados da cidade que morreram em batalha tiveram os corpos enterrados em outros locais do estado, são eles: Elydio Antonio Verona, Francisco Perotti, Henrique Junqueira Franco e José Cabral.
MUSEU DE MEMÓRIAS
A Fundação Pró-Memória mantém um museu na Estação Ferroviária de São Carlos que conta sobre a participação de voluntários da cidade na Guerra Paulista. O local guarda objetos usados na época, recortes de jornais, réplicas de armamentos e outras relíquias que ajudam a reconstruir a história da Revolução de 32.
O QUE FOI A REVOLUÇÃO DE 1932
Vargas havia assumido o poder após a Revolução de 1930, quando oligarquias de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba se revoltaram e depuseram Washington Luís do cargo de presidente da República.
Vargas impediu a posse do sucessor de Luís, Júlio Prestes, que também era paulista. Ele também fechou o Congresso Nacional, indicou os governadores dos estados e cassou a Constituição de 1891, vigente na época.
Dois anos depois, revoltados com a quebra de promessa de Vargas, que havia garantido que uma assembleia para elaboração de uma nova Constituição, os paulistas se mobilizaram e assim começaram a revolução no dia 9 de julho de 1932. Eles também exigiam a convocação de novas eleições presidenciais, já que o governo de Vargas era ‘provisório’.
Inicialmente, São Paulo teve apoio de lideranças de outros estados, mas que foi retirado ao final do conflito.
Com a falta de soldados e dinheiro, os paulistas foram derrotados pelo Governo Federal e se renderam. A guerra terminou oficialmente no dia 2 de outubro daquele ano, deixando centenas de mortos.