A Santa Casa de São Carlos (SP) segue tentando antecipar a criação dos 12 novos leitos de UTI Covid que entrariam em operação na quinta-feira (18). Pronto-atendimento da unidade só funciona até esta segunda-feira (15).
De acordo com o hospital, o Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS 3), que compreende São Carlos e outras 23 cidades, solicitou à diretoria da unidade que os leitos sejam criados o quanto antes.
“A diretoria do hospital, juntamente com os coordenadores e profissionais de saúde, estão trabalhando para tentar viabilizar os novos leitos o quanto antes, em um esforço, mais uma vez, para não deixar os pacientes desassistidos”, disse em nota.
Com os novos leitos, o município passará a contar com 40 leitos adultos de UTI SUS Covid, sendo 30 na Santa Casa de Misericórdia e 10 no Hospital Universitário da UFSCar( HU-UFSCar), além de quatro leitos infantis também na Santa Casa.
Para desafogar
Há semanas a região está sofrendo com a falta de leitos suficientes para atender a demanda da Covid-19, uma situação que se tornou motivo de preocupação constante.
“Se a gente abrisse os leitos hoje, praticamente resolveria a demanda reprimida que estamos observando na região. Claro que, eventualmente, se os casos continuarem aumentando, não há leitos suficientes para a gente absorver a demanda”, explicou o gerente médico da Santa Casa, Roberto Muniz.
Por conta disso, a Santa Casa, a prefeitura e a DRS 3 entraram em um consenso para a ampliação das UTIs. Para isso, o hospital vai fechar o pronto-atendimento a partir desta segunda-feira (15).
“Tanto a Santa Casa, quanto a prefeitura e a DRS 3, viram a necessidade de abrirmos mais leitos na nossa região. A Santa Casa, então, fez essa proposta desde que a gente pudesse diminuir o fluxo de pacientes no pronto atendimento”, disse Muniz.
A grande questão imposta às cidades está na manutenção dessas UTIs. O governo federal descredenciou vários leitos, ou seja, parou de enviar verbas ao estado. Já o governador João Doria diz que existem recursos só para maio.
O gerente médico da Santa Casa diz que essa é uma situação que atinge todas as cidades, mas que, sozinha, a Santa Casa não teria como bancar os custos das UTIs. “A gente imagina que em três meses, a situação esteja melhor e a gente possa regredir a estrutura que está sendo montada e voltando a ser um pronto atendimento, mas isso vai depender da vontade da Secretaria Estadual de Saúde e da necessidade da região”, disse.