Um paciente de 21 anos da Santa Casa de São Carlos (SP) teve os órgãos doados neste sábado (2) para a realização de transplantes.
O jovem morreu na quinta-feira (31) e a família autorizou a doação. “Mesmo tendo essa perda irreparável para nós, a gente teve o intuito de estar salvando outras vidas, e ele continuar vivo em outras pessoas”, disse a tia do paciente, Cristiane da Graça Barbosa.
Uma equipe do Hospital Albert Einstein chegou a São Carlos em um avião fretado para fazer a captação logo pela manhã. Já os médicos do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto vieram de carro.
Todo o procedimento durou cerca de 9h. Os pulmões, rins, fígado e córneas puderam ser doados para pacientes que aguardam por órgãos no Sistema Nacional de Transplantes, que é responsável pela regulamentação, controle e monitoramento do processo de doação e transplantes realizados no país.
Os órgãos transplantados foram colocados em caixas térmicas. Os pulmões foram levados pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Aeroporto Mario Pereira Lopes, de onde decolou o avião rumo ao Einstein em São Paulo. Os rins e as córneas vão ser transplantados no HC de Ribeirão Preto e o fígado em São José do Rio Preto.
O cirurgião torácico do Hospital Albert Einstein, Oswaldo Gomes Junior, explicou que o transplante de pulmões é mais raro devido à dificuldade de captação do órgão.
“O pulmão é um órgão muito específico, porque há uma dificuldade de doadores, que chamamos de ideais. Porque normalmente precisa ser um paciente jovem, que não tenha fumado muito, não tenha ficado intubado por muito tempo, porque esses pacientes, acabam tendo pneumonia e com a Covid-19, que acomete principalmente o pulmão, nós tivemos uma diminuição na captação”, disse.
Em 2021, a Santa Casa de São Carlos realizou quatro captações de órgãos. A última captação de múltiplos órgãos, como a realizada neste sábado, ocorreu em 2019, antes da pandemia.
O coordenador de Enfermagem e integrante da Comissão de Captação de Órgãos, Tiago Clezer, reforçou a importância de doações como essa.
“Cada família que autoriza uma doação, cada captação múltipla de órgãos como essa, pode salvar até oito vidas. Por isso, é tão importante que, apesar de ser um tema difícil de ser discutido em casa, as famílias falem sobre isso”, disse.
