Com a aproximação do fim do ano, São Carlos ganhou toques de Madagascar. As delicadas flores do flamboyant, árvore nativa do país insular do este africano, embelezam a paisagem da Capital da Tecnologia.
De aspecto flamejante – daí o nome inspirado no francês flamboyant – a árvore é grande, tem copa alta e espaçosa. De encher os olhos de qualquer pessoa atenta ao cenário urbano.
Numerosas, dão um aspecto de grande chama na Rua Larga, na Vila Prado, por exemplo. Suas flores têm cinco pétalas, de cor que varia do vermelho ardente ao laranja.
Quem olha de perto as flores fica espantado com a beleza. Uma das pétalas do flamboyant tem aparência rajada, uma estratégia da planta para atrair os polinizadores, afirma o biólogo e pesquisador do IEESC, Matheus Reis.
“Isso facilita o processo de polinização do qual a planta depende, porque é a forma que ela tem de se reproduzir”, explica.
A madeira do flamboyant é leve e tem baixo valor comercial. Ela pode ser usada em fabricação de canoas – como faziam os nativos de Madagascar – ou em construções leves.
Apesar da aparência bonita e apreciada botanicamente, o flamboyant pode causar problemas quando plantado em ambientes urbanos, como ocorre em São Carlos. As raízes agressivas podem quebrar a calçada ou estourar encanamentos.
“Por isso recomendamos que ela seja plantada em áreas amplas e abertas, onde há muito espaço para ela de desenvolver, não só a raiz, mas a altura dela também”, comenta.
Interação com o ambiente urbano
As formigas veem o flamboyant como um alimento em potencial. Flores e sementes são levados pelas operárias para o “estoque” do formigueiro.
“Quando as formigas levam a semente da árvore para o formigueiro, ela encontra o ambiente ideal para a germinação, pois é um local escuro com uma terra fértil e bastante umidade”, explica o biólogo.
Além das formigas no chão, o flamboyant dá alimentos para passarinhos e abelhas no alto. Pode, ainda, servir de moradia.
Para a população, além da sombra ampla, a árvore deixa o ar mais fresco, dando conforto térmico no entorno.
“Além disso, por ela ser uma árvore muito grande, ela fixa carbono e carbono é um dos gases de efeito estufa. Ela retém poluição também”, finaliza.
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