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CotidianoSão Carlos poderá sentir reflexos epidemiológicos das festas em até 21 dias

São Carlos poderá sentir reflexos epidemiológicos das festas em até 21 dias

Aumento de confirmações poderá ser sentido nas próximas semanas, afirma médico; cidade tem o sexto maior crescimento de casos positivos do Estado

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São Carlos teve redução no número de internações, mas número de casos não para de subir. Foto: Divulgação/Prefeitura

Os primeiros reflexos epidemiológicos das festas de fim de ano poderão ser sentidos nas estatísticas de Covid-19 de São Carlos (SP) entre 15 e 21 dias, segundo o médico epidemiologista e professor do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Bernardino Alves Souto. A cidade ocupa a sexta colocação no ranking de municípios com maior aumento do número de casos do novo coronavírus nos últimos sete dias.

O número de infectados pela doença cresceu 5,8%, passando de 5.840 ocorrências para 6.179 no intervalo de sete dias. De acordo com os últimos dados do portal Covid-19 Info Tracker que repercutem as informações divulgadas pela Prefeitura, há 945 pessoas com infecção ativa.

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“Depois que acontecem as flexibilizações do isolamento social como festas e aglomerações, os casos daí consequentes costumam aparecer a partir de 15 a 21 dias. Se as pessoas tiverem negligenciado os cuidados nas festas de fim de ano, é possível que tenhamos aumento de casos no final de janeiro”, comenta Souto.

O número de mortos pela doença também cresceu em uma semana, passando de 72 para 74, segundo o Info Tracker. São 2,78% em sete dias. O percentual coloca São Carlos na 15º posição no ranking estadual. O Covid-19 Info Tracker é uma ferramenta que une USP, Unesp e Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (Cemeai) na tabulação e análise de dados fornecidos pelas prefeituras.

O crescimento de número de casos na cidade foi acompanhado pelo avanço de recuperados, com aumento de 6,35% no período, de 4.852 casos para 5.160 no período. Já na comparação do aumento da testagem, São Carlos se manteve entre os 14 primeiros municípios, passando de 25.790 para 26.625, ou seja, 3,24% no intervalo de uma semana.

No mês de dezembro, São Carlos ultrapassou a barreira dos 6 mil casos confirmados da doença. A cidade tem chegado cada vez mais rápidos em marcas de mil casos. Para atingir o primeiro milhar de casos, São Carlos levou 122 dias. A velocidade aumentou para o segundo milhar, com 38 dias, se manteve estável para o terceiro, com 39 dias. Entre outubro e novembro, da passagem dos 3 mil para 4 mil casos, houve desaceleração, com 50 dias corridos. O número de casos voltou a acelerar entre as marcas de 4 mil e 5 mil, com apenas 20 dias. Em 30 de dezembro, foi atingida a marca de 6 mil casos, 18 dias passados da marca anterior.

A aceleração da pandemia em dezembro foi verificada também pelo médico epidemiologista em relatório mensal divulgado nesta segunda-feira (4). Segundo a boletim de situação, o professor afirma que, em dezembro, São Carlos saiu de um quadro de instabilidade com tendência de crescimento para um aumento expressivo de novos casos. A incidência foi 142% maior do que no mês de novembro.

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“O aumento na incidência foi acompanhado pelo aumento no número mensal de novas mortes que, em dezembro de 2020, foi de 133% maior do que em novembro”, comenta.

“Indicadores não apontam, ainda, para um arrefecimento da situação epidemiológica vigente; na melhor das hipóteses, para uma estabilização em um patamar acima do que vinha se mantendo até então, como se em dezembro tivesse acontecido um salto na curva epidêmica, elevando o nível endêmico da Covid-19 para um padrão de maior morbimortalidade”, finaliza. 
 
Redução nas internações
O Info Tracker informa que houve, em São Carlos, 25% de queda no número de internações. O município foi o que mais reduziu a quantidade de hospitalizações pela doença, segundo o painel das universidades paulistas.

No intervalo de sete dias terminado no sábado, o número de pacientes que necessitaram de cuidados hospitalares caiu de 44 para 33, o que representa um quarto de redução do número de pacientes que necessitaram de leitos hospitalares.

Para o médico, os números de sete dias nem sempre são parâmetros ideais da atual situação epidemiológica da cidade.

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