Vivendo um colapso regional, a prefeitura de São Carlos (SP) espera medidas mais restritivas e uma reclassificação severa por parte do governo estadual. Por conta da falta de leitos de UTI/SUS Covid no estado, nesta sexta-feira (22) acontece outra atualização extraordinária do Plano São Paulo.
O município está na fase amarela da flexibilização desde junho de 2020. De lá para cá, houve diversas mudanças e afrouxamento das medidas sanitárias em relação ao funcionamento do comércio considerado não essencial.
Neste momento, todas as atividades estão liberadas com capacidade de 40% de ocupação e funcionamento máximo de estabelecimentos limitados a 10 horas por dia, até às 22h. Os bares devem manter o atendimento presencial até às 20h.
A fase também libera a realização de eventos culturais com público sentado e controle de acesso e distanciamento. Museus, galerias, cinemas, teatros e parques também estão autorizados a abrir.
Porém, a expectativa de agora é que o Departamento Regional de Saúde de Araraquara (DRS III) regrida para a fase laranja do Plano São Paulo, que também teve um afrouxamento de regras, mas traz limitação de funcionamento em alguns segmentos.
Além disso, o Estado deve ter fase vermelha em todas as cidades paulistas a partir das 20h, todos os dias da semana. Nos finais de semana e feriados, a medida valerá durante o dia e a noite.
Medidas necessárias
A situação nos hospitais da região causou um impacto enorme na cidade. Mesmo com o crescimento desenfreado dos casos, a realidade do município ainda não estava clara para a população, principalmente neste período de final/início de ano.
Segundo o coordenador do Comitê de Combate ao Coronavírus, Mateus de Aquino, o relaxamento da população em relação às medidas sanitárias foi a grande causa para o colapso que está sendo vivenciado. Por conta disso, uma reclassificação mais rígida se faz necessária.
“O momento é crítico, de alerta geral e de repensar nosso comportamento porque não há mais espaço e nem tempo para relaxamento. A atualização, segundo a DRS, é que os leitos de UTI também caminham para a saturação. A gente espera uma reclassificação com mais austeridade por parte do governo, e com essa forma promover um equilíbrio entre a flexibilidade e as condições que enfrentamos nos hospitais, tanto de São Carlos quanto da região”, disse.
O aumento da média diária de casos positivos e do número de mortes também causam preocupação neste momento, que segundo a prefeitura, é o pior desde o início da pandemia. Para Marcos Palermo, secretário da Saúde, a população precisa seguir os protocolos para conter a disseminação da doença.
“Os hospitais de toda a região sofrem por hiperlotação na contaminação e disseminação da Covid-19, estamos vivendo um momento muito difícil e dramático, um momento que os números de morte aumentaram, o de positivados estão muito acima da média dos últimos meses, e consequentemente a taxa de ocupação de leitos também. Houve esse relaxamento e estamos pagando um preço muito caro porque os hospitais da região estão totalmente tomados”, comentou.
Casos em janeiro
De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, o município já registra 1.649 novos casos em 22 dias e contabiliza 7.681 positivados. Em dezembro, foram 1.709 casos registrados, sendo 388 só nos últimos dois dias, um recorde desde março de 2020.
Já em relação ao número de óbitos, o município registra 87, com uma média de uma morte por dia nas últimas duas semanas. Até o momento foram 13 óbitos em janeiro. (Veja a tabela abaixo)