Fiscalização prévia do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos de São Carlos (Sindspam) apontou que, a menos de um mês para a volta às aulas, muitas escolas municipais da cidade precisam de manutenção e adequação de espaços para evitar a disseminação do coronavírus.
Nas visitas, iniciadas na segunda-feira (2) foram constatadas a falta de dispensadores de álcool em gel em algumas das Escolas Municipais de Ensino Básico (Emeb), janelas emperradas, e número insuficientes de funcionários para a limpeza dos ambientes.
Leia também:
Volta às aulas: uso incorreto de máscara aumenta em 1.000% casos de Covid
São Carlos define regras para a volta às aulas da rede municipal
O município programou, para 30 de agosto, a abertura de dez Emebs e Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos (Emeja) e seus polos. Ao todo, são 6.500 alunos que frequentam as unidades, de acordo com a Secretaria da Educação.
Apesar do calendário próximo, a situação nas unidades vistoriadas é “precária”, na opinião do diretor do Sindispam Gilberto Rodrigues. Para ele, a Prefeitura poderia ter feito mais pelas escolas durante o recesso forçado pela pandemia.
“Teve escola que foi pintada, mas pelos pais de alunos que fizeram um mutirão. Não teve transferência de EPIs (equipamentos de proteção individual) para a volta das aulas para os funcionários”, relata.
Rodrigues ainda comenta haver “grande déficit de funcionários de limpeza”. “Mesmo que volte com 30% a 40% não tem profissionais suficientes. Tem escola com seis banheiros e eles vão precisar fazer isso direto. Há duas escolas com 1.200 alunos cada”, opina.
O que diz a Educação
Durante vistoria ao Palacete Conde do Pinhal, Wanda Hoffmann, titular da pasta, rebateu às críticas do representante sindical. Segundo ela, há funcionários suficientes para a higienização dos espaços escolares dentre as unidades que abrirão as portas no final do mês.
Wanda ainda comentou que há processo aberto para ampliar o número de controladores de acesso nas unidades. “Fizemos empenho, já liberado, e estão chegando alguns produtos que fazem parte desse protocolo”.
“As pessoas acham que vamos colocar 500 crianças dentro de uma escola, como era antes da Covid. Pelo amor de Deus. É um espaço de 1 metro, 1,5 metro entre eles. Seguimos um pouco os protocolos do Estado”, comenta a secretária. “Não dá para absorvermos 100% presencial. Não tem condições. Nossos ambientes não estão preparados para o 100%, mas para parte deles, sim”, conclui.
Sobre os problemas na infraestrutura das escolas, a secretária ponderou que o pessoal de manutenção está percorrendo as unidades para levantar o que precisará ser feito.
Volta escalonada dos professores
A secretária ainda informou haver “controle” dos professores que foram vacinados e estarão aptos a voltar às atividades presenciais. Hoffmann disse não saber dos números, mas admitiu que poderá haver falta de profissionais em algumas salas na arrancada do ano letivo.
A volta às aulas, ressalta, se dará de forma escalonada para alunos, mas também para professores. “Através desse documento de vacinação e data a Gestão de Pessoas está fazendo esse controle, que é para professores e servidores também”, emenda.