Uma tecnologia desenvolvida por uma startup são-carlense em parceria com a Embrapa Instrumentação será um dos destaques na Feira Internacional para o Setor de Alimentos e Bebidas (Anufood), na capital paulista.
O SpecFit usa a ressonância magnética para avaliação da qualidade da carne. O método é reconhecido pelo Ministério da Agricultura e pela norma AOAC (sigla em inglês da Associação Internacional de Químicos Agrícolas Oficiais).
A 3ª Anufood será realizada de 12 a 14 de abril, em São Paulo. O SpecFIT poderá ser visto das 10h às 19h, no estande corporativo da Embrapa – que receberá tecnologias de nove centros de pesquisa da Empresa – no São Paulo Expo.
O equipamento, uma parceria entre a startup Fine Instrument Technology (FIT) e a Embrapa Instrumentação permite a geração de informações precisas na carne e em produtos processados e industrializados à base de proteína animal. Além do teor de lipídeos, foram desenvolvidas análises adicionais como a medida do teor de proteína, umidade, teor de sólidos, dentre outras.
“A tecnologia também poderá fornecer informações, em um futuro breve, sobre suculência e até o grau de maciez de uma peça de carne adquirida pelo consumidor”, antecipa Silvia Azevedo, CEO da FIT. O equipamento SpecFit é capaz de gerar as informações em 60 segundos, sem a destruição da amostra e sem gerar resíduos poluentes.
A ressonância magnética também tem sido utilizada para outras aplicações como a verificação de sementes e grãos de oleaginosas – permite seleções e tomadas de decisões corretivas ao produtor – análises de alimentos industrializados, como azeites e óleos, maioneses, molhos e margarinas – em alguns casos, sem a necessidade de abrir a embalagem.
“Esta é uma tecnologia que está inserida em uma nova geração no campo das análises, alinhada à tendência da indústria 4.0”, avalia o diretor de tecnologia da FIT, Daniel Consalter. “Os resultados das análises por RMN-DT [sigla para ressonância magnética nuclear no domínio do tempo] são rápidos, o processo industrial pode ser ajustado rapidamente, evitando perdas, aumentando a eficiência e, consequentemente, aumentado o lucro. Além disso, essas análises podem ser facilmente automatizadas por robôs, e os resultados, carregados na nuvem e integrados com máquinas inteligentes para obter o rendimento máximo”, acrescenta o pesquisador Luiz Alberto Colnago.
“A aplicação RMN-DT pode abrir novas oportunidades para as agroindústrias, ajudando no controle automático dos processos e no controle e garantia da qualidade”, diz Colnago – que trabalha com ressonância há mais de 30 anos na Embrapa acrescentando que os próximos passos são validar métodos já testados em laboratório no SpecFIT, e que esses métodos com diversas aplicações em carne bovina sejam reconhecidos oficialmente pelo Ministério da Agricultura.