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CotidianoSuzantur usa CNPJ diferente para entrar em licitação do transporte

Suzantur usa CNPJ diferente para entrar em licitação do transporte

Não há ilegalidade na situação, mas causa estranheza, uma vez que a empresa já presta o serviço no município há quase seis anos

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Suzantur usou outra empresa do grupo para entrar em concorrência. Foto: Divulgação

Presente na tentativa anterior de licitação do transporte coletivo público, a Suzantur usou uma empresa controlada para ingressar na concorrência que teve envelopes abertos nesta quinta-feira (7). Não há ilegalidade na situação, mas causa estranheza, uma vez que a empresa já presta o serviço no município há quase seis anos.

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Duas empresas participaram da licitação de hoje. Uma delas, a Rigras Transportes Coletivos e Turismo foi adquirida em janeiro do ano passado pela Transportadora Turística Suzano Ltda, a Suzantur. O negócio foi formalizado na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) em documento público que o acidade on São Carlos teve acesso.

No negócio, os três antigos donos da empresa se retiraram do quadro societário em favor da Suzantur. O capital social estipulado em R$ 7 milhões teve 100% das cotas repassadas à empresa sediada em Suzano. Em uma alteração mais recente, Claudinei Brogliato, dono da Suzantur, ingressou como sócio direto da Rigras, com 1% de participação.

Com nome social Rigras e CNPJ diferente, a Suzantur entrou indiretamente na disputa para suceder a si própria na operação do transporte coletivo de São Carlos.  

Em janeiro, a empresa chegou a ensaiar a entrada na concorrência pública. A Suzantur apresentou um questionamento que praticamente derrubou o edital. Em ofício enviado à administração, a viação apontou dubiedade no método de escolha do vencedor. O município indicou custo por km rodado e menor tarifa em simultâneo, modelos que chegam a diferentes rentabilidades.

O transporte coletivo público em São Carlos é operado de maneira precária desde agosto de 2016, quando a Suzantur assumiu as linhas em contrato emergencial. Desde então, a empresa já protagonizou embates com a administração municipal, com ação judicial cobrando o pagamento de subsídio, ameaça de paralisação e até intervenção da Prefeitura. Em dezembro do ano passado a Prefeitura prorrogou por seis meses a operação emergencial da Suzantur. O prazo vence em 24 de junho.

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Nos últimos tempos, usuários do transporte público coletivo de São Carlos têm reclamado das condições dos ônibus e superlotação em horários de pico, além de redução da frota. Ônibus com mais de dez anos de uso chegaram a ser alvo de denúncias na cidade.

As reclamações não são exclusividade de São Carlos. A empresa opera o transporte coletivo em Suzano, Diadema, Santo André e Mauá. Na Câmara desta última cidade há em tramitação uma Comissão Especial de Investigação (CEI) que apura a transferência de veículos entre os municípios onde a Suzantur opera.

Única habilitada em 2019
Em licitação derrubada pela Justiça, a administração municipal, dentre sete concorrentes, considerou apenas a Suzantur como “habilitada” para operar o transporte coletivo da cidade. As outras seis concorrentes tiveram deficiências nos quesitos habilitação fiscal e trabalhista, qualificação técnica e habilitação econômico-financeira.

Após trocas de acusações entre as empresas, situação na qual uma apontou a outra como inabilitada, a Prefeitura entendeu pela desclassificação de todas e reinício do processo, com a Suzantur a operar o transporte temporário.

Sem empecilho, diz Prefeitura
Procurada, a administração de São Carlos afirmou que não há nada que impede a viação Suzantur – diga-se o CNPJ já em operação na cidade – de concorrer na licitação.

O que diz a viação
Procurada, a Suzantur não respondeu aos questionamentos do acidade on São Carlos até a publicação da reportagem.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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