Após uma onda de protestos no final de 2022 devido ao calote no pagamento de bolsas de mestrado e doutorado e à defasagem dos valores, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) anunciou que prevê um reajuste de 40% nas bolsas de pós-graduação para o ano letivo de 2023, segundo a reitora da universidade, Ana Beatriz de Oliveira.
A reitora falou sobre o tema durante uma entrevista ao programa Na Pauta, que foi ao ar nesta terça-feira (7), e afirmou que o aumento nos recursos voltados à ciência e pesquisa em níveis de mestrado e doutorado já havia sido anunciado durante a reunião de reitores de universidades e institutos federais com o presidente Lula, em 19 de janeiro.
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De acordo com a reitora, o reajuste nas bolsas deverá ser efetivado já nas próximas semanas de fevereiro, o que será de suma importância ao fomento da ciência, tecnologia e pesquisa no Brasil. Vale lembrar que as bolsas de pós-graduação não são reajustadas desde 2013.
“Há uma expectativa para que a gente tenha um reajuste em torno de 40%, o que vai ser importante, mas não acho que ele dê conta de toda a defasagem do período, porque as bolsas não são reajustadas desde 2013. Mas acho que essa já é uma sinalização importante do novo governo, de priorizar educação, ciência, tecnologia e inovação”, afirmou a reitora.
Oliveira também fala sobre as expectativas para a recomposição orçamentária da UFSCar para 2023, já que a PEC da Transição garantiu um repasse de verbas ao Ministério da Educação (MEC) que, embora ainda não tenha sido distribuído entre as universidades, deverá em breve contemplar o ensino superior público para planejamento e execução de projetos.
“A negociação foi positiva e a partir da discussão e da aprovação da PEC, houve um direcionamento de recursos para o MEC que está carimbado para as universidades e que visa a recomposição. Então, há uma expectativa muito grande entre reitores e reitoras para a definição desse orçamento para que a gente possa planejar e executar as atividades de 2023”, explicou Oliveira.
Dentre as recomposições orçamentárias previstas, a reitora elencou como prioridade as políticas de assistência e permanência estudantil, garantindo que 100% dos recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil são destinados ao pagamento das bolsas de assistência aos alunos em vulnerabilidade socioeconômica, ao invés de partilhar esse recurso entre o pagamento de bolsas e o financiamento do Restaurante Universitário, como acontece em outras universidades.
“Bom, a permanência estudantil é pauta constante das discussões da Andifes e ela está entre os montantes que devem ser recompostos. É importante dizer também que a UFSCar destina 100% do programa para as bolsas de assistência, o que não acontece em outras universidades, que usam esse recurso para subsidiar o restaurante universitário”, garantiu Oliveira.
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