O caos na saúde de São Carlos continua sendo um dos temas mais repercutidos na Câmara Municipal. Desta vez foi a vez das vereadoras Professora Neusa (Cidadania) e Raquel Auxiliadora (PT) chamarem atenção para a falta de insumos básicos e de profissionais efetivos na pasta.
A parlamentar sinalizou sobre a fragilidade de todo o funcionalismo público e apontou escassez de materiais e medicamentos nas unidades de saúde. Neusa ainda chamou atenção para a exaustão dos funcionários públicos, que estão sobrecarregados pela falta de pessoal.
“Esses tempos atrás uma das enfermeiras que trabalha na UPA foi agredida, entraram e agrediram. O paciente que procura essa atenção está nervoso porque está com dor e precisando, a pessoa que está ali atrás às vezes está trabalhando duas vezes mais do que pode pela falta de efetivo, então a gente devia ter essa ponte”, relatou Neusa.
A vereadora ainda falou sobre o desespero da população, que se encontra carente de atenção em saúde, e dos julgamentos contra os profissionais de saúde, que estão passando por momentos ainda mais complicados.
“Precisamos voltar nossos olhares e ações não somente para a gente criticar, mas apoiar aqueles que realmente estão fazendo algo. Temos que entender que o funcionalismo está passando por uma situação difícil, vivendo na pele todas essas situações”, completou.
Neusa ainda pediu ajuda de outros parlamentares para cobrar e recuperar a saúde da cidade, que hoje “respira por UTI”. “Não é só ter secretário, as UPAs, UBSs e USFs estão fazendo o possível. Peço para que essa casa parlamentar batalhe para que sejam efetivados os concursos, principalmente para saúde, educação e segurança”, completou.
Sem esparadrapo
A vereadora Raquel também se pronunciou a respeito e alegou que o governo Airton Garcia tem feito “uma receita de bolo”, com os mesmos problemas em diversos setores, inclusive na saúde.
“Eu presenciei essa cena, uma UPA ligando para a outra pedindo esparadrapo, e a outra fala “não, a gente está usando fita crepe”. Não tem o mínimo para esses profissionais trabalharem. Os pacientes nesse frio ficam sem cobertores porque não tem serviço de hotelaria. Sem computador, sem impressoras, sem nada para os servidores trabalharem”, comentou.
Ela também citou a falta de comunicação em relação ao fluxo de atendimento nas unidades de saúde e a diferença de serviço oferecido em cada uma delas.
“Todos os dias vejo em grupo as pessoas falando aonde faz teste de Covid, as pessoas não sabem mais buscar os serviços públicos do município, uma coisa acontece em uma unidade e na outra de outro jeito. Fluxos completamente errados, por exemplo, uma UBS encaminhar um paciente para a UPA fazer um exame”, completou.
O outro lado
Questionada pelo portal, a prefeitura informou que os rolos maiores de esparadrapos acabaram devido ao atraso na entrega pela empresa, mas que o estoque já foi reposto.
Sobre a falta de medicamentos, a prefeitura defendeu que a Relação Municipal de Medicamentos (Remume) calcula mais de 400 medicamentos disponíveis e que a Amoxicilinia clavulanato, por exemplo, está em falta até nas farmácias. “A prednisolona 1mg/ml solução oral é que está em falta, porém já comprado e aguardando entrega. Motivos que justificam as faltas: falta do medicamento nos laboratórios e realinhamento de preços”, informou em nota.
Sobre a falta de profissionais, a secretária da Saúde Denise Mello Martins se posicionou nesta semana. Clique aqui e leia.