Nos últimos meses, os furtos a prédios públicos, sobretudo escolas têm sido mais frequentes em São Carlos (SP). Falta de padronização no sistema de vigilância, que é classificado como “caótico” pelo secretário de Segurança Pública, Samir Gardini, pode ser uma das causas das invasões frequentes. Ele anuncia a revisão da operação, com mais tecnologia.
“O nosso sistema de alarme é caótico, velho, remendado. Ele tem falhas gritantes e nós temos feito um trabalho de padronizar tudo. Onde está padronizado, esse tipo de situação praticamente zerou”, resume.
Na semana passada, um homem foi flagrado furtando fios de uma escola no Santa Felícia. Segundo o secretário, de 20 a 30% dos 250 prédios públicos já contam com aparelhos de vigilância com “condições de reação”. Outra parte dos imóveis tem segurança debilitada. “Vamos dizer tem a metade da capacidade, outros (estão com aparelhos) ultrapassados”.
De acordo com Gardini, a Prefeitura tentou antes da pandemia de Covid-19 abrir uma concorrência para adquirir aparelhos de vigilância. Houve interessados, porém, a alta do dólar mudou os preços do mercado e a licitação fracassou.
“Estamos fazendo um novo termo de referência, há todo um procedimento jurídico e vamos soltar (a concorrência) ainda no próximo mês”, vaticina.
O secretário afirmou que, com a concorrência feita, irá proceder as instalações dos equipamentos nos prédios públicos. A ordem seguirá dos locais com maior incidência de crimes e necessidade.
A pandemia pesou na alta de crimes em prédios públicos. Escolas vazias, sem movimentação de alunos, se tornam um chamariz para a criminalidade.
“Não podemos colocar 250 guardas municipais para cobrir 24 horas. Esse é um ponto. Aí temos também a situação de 60 pessoas que estão afastadas por idade ou comorbidade na Secretaria de Segurança Pública. Isso já limita o número de viaturas nas ruas. Outra coisa, neste momento, não que não estejamos dando atenção a isso, a prioridade é a vida e a saúde”, diz.
A alta do dólar tem relação com o aumento das ocorrências de furto a prédios públicos, de acordo com o titular da pasta de Segurança. “O alumínio e o cobre, principalmente, tiveram uma supervalorização em razão do dólar e se tornou um produto atrativo”, analisa.
Como antídoto, foram intensificadas as operações em ferros-velhos, com apreensões de materiais sem comprovação de origem legal e detenção de responsáveis.
“O importante é chamar a sociedade a denunciar se souber de alguém que está comprando esses fios. Isso causa grande prejuízo ao setor público”, comenta.