Uma aluna do 4º ano do curso de medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou uma plataforma em que médicos e empresas possam encontrar oportunidades de plantões que mais se encaixam nas suas necessidades e expectativas.
Desde o seu lançamento, em 1º de julho, a plataforma já recebeu 1.457 visitas de 883 pessoas de todo o país. Foram divulgados no site mais de 200 plantões médicos. O serviço é gratuito.
Com abrangência nacional, nesses dois meses no ar, o portal somou o cadastro de 63 empresas que disponibilizam suas vagas e quase 30 profissionais médicos que acompanham as oportunidades do mercado de trabalho.
A ideia do projeto surgiu a partir das vivências em práticas profissionais e estágios que são realizados durante o curso de medicina e que colocaram a estudante em contato com colegas formados e professores.
“As conversas e convívio com eles me despertaram o interesse de estudar o mercado de trabalho e lançar o portal e até mesmo para validar se minha ideia supria as falhas nessa área”, relata Raquel Loureiro.
A estudante considera que o mercado de trabalho médico é altamente disfuncional, “pois funciona de maneira desestruturada, sem padronização e centralização das oportunidades de trabalho; desorganizada, com plantões cheios de falhas nas diferentes unidades, com muito absenteísmo e pouca retenção de profissionais; além de ser um mercado restritivo, com muitas oportunidades de trabalho fechadas a grupos restritos de profissionais ou empresas”.
Além disso, essa disfuncionalidade, na visão de Loureiro, permite uma atuação pouco qualificada, “uma vez que, na disputa para alocar profissionais nos ‘furos’ das escalas médicas, nem sempre o profissional certo está na vaga certa”.
Diante desse cenário, a proposta da plataforma é transformar o mercado de trabalho médico oferecendo uma solução acessível, gratuita e democrática, que permita a organização e estruturação do processo de contratação de médicos através de suas ferramentas de divulgação, pesquisa e gestão de vagas de trabalho médico (plantões), além de produzir conteúdo de educação profissional médica.
De acordo com Raquel Loureiro, há outras iniciativas semelhantes ao Radar Plantão, cujo foco está nas escalas de plantão e na área de Recursos Humanos (RH) de hospitais e clínicas.
“O nosso portal tem ação específica na solução de deficiências do processo de contratação médico. O desenvolvimento do nosso produto e do conteúdo educativo é pensado com base nisso”, aponta. Junto com Loureiro, outros alunos do curso de Medicina da UFSCar, Diego Camargo e Nathalia Gardin, também se dedicam ao aprimoramento e divulgação da ferramenta.