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EconomiaCera com nanotecnologia da Embrapa ganha o mercado internacional

Cera com nanotecnologia da Embrapa ganha o mercado internacional

Produto usa nanotecnologia e garante maior vida útil dos frutos em que é aplicada; cera é obtida com folhas de palmeira nativa da Região Nordeste

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Nanoemulsão de carnaúba melhora a qualidade e prolonga a vida útil de frutos. Foto: Divulgação / Embrapa Instrumentação

Uma nanoemulsão desenvolvida em São Carlos (SP) pela Embrapa Instrumentação e UFSCar, em parceria com indústria de Laranjal Paulista, está despertando interesse de setores produtivos da América Latina e da Europa. A tecnologia é resultado de uma pesquisa em inovação aberta, da conexão entre um centro de pesquisa, iniciativa privada e academia.

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A nanoemulsão é produzida à base de carnaúba, extraída das folhas da carnaubeira, espécie natural e abundante na região Nordeste do Brasil. O produto, quando aplicado nos frutos aumenta, em média, em 15 dias a vida útil do produto, na comparação com a cera convencional. Além disso, preserva a qualidade, reduz a perda da massa e proporciona maior brilho.

Segundo a Embrapa Instrumentação, o impacto na forma sustentável de produzir e de consumir reflete na redução de perdas e desperdício de alimentos que, em 2019, chegou a quase um bilhão de toneladas, segundo a Organização das Nações Unidades (ONU). A tecnologia ainda está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visa reduzir pela metade o desperdício de comida até 2030.

Ganhos como esses, de caráter ambiental e socioeconômico, foram decisivos para a alemã Lemon Fresh aplicar o produto em 15% das frutas beneficiadas diariamente. A empresa está revestindo o popular limão Tahiti e exportando para a Europa e Oriente Médio – região da Ásia formada por 15 países.

De acordo com diretor comercial, Luís Carlos Rugeri, a expectativa da empresa é utilizar a tecnologia em 100% dos frutos, ampliar a participação no mercado europeu e entrar em todo o continente asiático, o mais extenso e populoso do mundo, com quase cinco bilhões de pessoas.

“Observamos que a nanoemulsão reduz a perda de peso da fruta, aumentando em até três vezes a vida útil em armazenagem refrigerada, além de melhorar a qualidade do suco e a coloração”, afirma o diretor.

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Para o pesquisador da Embrapa Instrumentação Marcos David Ferreira, responsável pela pesquisa, o desenvolvimento e comercialização da nanoemulsão de cera carnaúba somente foi possível em curto espaço de tempo, devido à integração de uma equipe multidisciplinar, por meio de parceria público-privada, em inovação aberta.

É uma conexão que fortalece a pesquisa, acelera a saída da tecnologia do laboratório e encurta o caminho até o setor produtivo. “Esse diálogo e interações constantes foram fundamentais para essa conquista com ganhos para todos”, avalia o pesquisador.

Segundo a Embrapa Instrumentação, a tecnologia consumiu cerca de sete anos de pesquisa e recebeu apoios da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“Além dos impactos positivos já mencionados, a utilização da cera de carnaúba, em escala nanométrica, tem algumas vantagens adicionais pelo fato da nanoemulsão ter maior estabilidade à separação gravitacional e a agregação, comparadas às emulsões convencionais”, conta o engenheiro de materiais, Daniel Souza Corrêa, envolvido diretamente na pesquisa, que se tornou um produto comercial.

No Brasil, terceiro maior produtor mundial de frutas, com grande diversidade de espécies cultivadas, os produtores rurais de base empresarial e empresas de beneficiamento pós-colheita de frutos são os principais contemplados pela tecnologia. A distribuição e comercialização, nacional e internacional, da nanoemulsão de carnaúba está sendo realizada pela empresa AgroFresh.

“Eles são especialistas em pós-colheita e estão em vários países, podendo distribuir a tecnologia com pessoal capacitado”, comenta a gerente de laboratório de pesquisa e desenvolvimento da QGP/Tanquímica, Marilene de Mori Morselle Ribeiro.

A expansão dos negócios, gerada pela produção e comercialização da nanoemulsão, dentro e fora do Brasil, poderão gerar royalties para a Embrapa Instrumentação.

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