Quem prefere pagar R$ 50 a cada abastecimento para mascarar a inflação vai andar menos com o carro. Com o combustível a R$ 6,999 em postos de combustíveis em São Carlos, com o valor é possível colocar 7,14 litros no tanque.
O volume de combustível contrasta com os 8,4 litros que rendiam em outubro do ano passado, há cinco meses. São 1,3 litros a menos com a mesma cédula da onça-pintada. Até ontem, no mesmo posto da Avenida Bruno Ruggiero Filho era possível comprar 7,6 litros do derivado do petróleo.
O hábito de abastecer usando o valor monetário como referência mascara em parte a inflação do combustível. Quem desembolsava R$ 50 em outubro para rodar com o carro durante uma semana está reencontrando o frentista mais cedo, em seis dias. Quem fazia o “pit stop” aos sábados, vai ter que repetir na sexta-feira na semana seguinte. E na outra, vai na quinta. Nos cinco meses, o poder de compra dos R$ 50 minguou 15,3%, o equivalente a um dia da semana para quem abastecia pensando nos sete dias.
Usando um Renault Kwid 2023 como exemplo, a gasolina que rodava quase 129 km em outubro do ano passado, estava rendendo 115,8 km até ontem. Hoje, com o reajuste, é possível andar 109,2 km. São 20 km a menos no intervalo e cinco meses. O modelo da marca francesa é um dos mais econômicos do pais. Mas a lógica de rodar menos se replica a qualquer veículo.
Tanque cheio
Para quem costuma encher o tanque de 50 litros de gasolina a diferença vai ser grande na hora de pagar. Por exemplo, no posto do Santa Felícia que já reajustou o preço antecipadamente, uma fatura que sairia R$ 329,95 passou para R$ 349,95. São R$ 20 a mais, valor que poderia pagar quase três litros no preço novo.