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EconomiaCom estoques baixos, construtoras de São Carlos projetam mais lançamentos em 2021

Com estoques baixos, construtoras de São Carlos projetam mais lançamentos em 2021

Número de lançamentos deve aumentar na cidade, segundo empresas; apesar da pandemia, volume de negócios surpreendeu em 2020 e aponta para cenário otimista em 2021

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Setor da construção civil conta com estoque baixo e aposta em aceleração. Foto: Reprodução

Depois de um 2020 surpreendente, com avanços nas vendas apesar da pandemia, construtoras de São Carlos (SP) e região estão ampliando as apostas para 2021. Com os estoques baixos, as empresas estão planejando um maior volume de lançamentos para este ano.

Em uma das construtoras consultadas pelo ACidade ON, o estoque de apartamentos novos disponíveis para venda está praticamente zerado. Para 2021, a previsão de unidades é 311% maior do que a do ano passado. Em 2020, foram construídas 456 unidades, quantidade que passará para 1.873, segundo o diretor comercial da empresa José Pedro Donadon.

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“Os projetos que lançamos no ano passado estão todos 100% vendidos, então temos bastante espaço para novos empreendimentos e como a cidade tem absorvido bem os negócios, estamos projetando aumento no número de lançamentos. São negócios em várias regiões de São Carlos, temos lançamentos em todas as entradas principais da cidade”, relata.

Outra construtora, com sede em Minas Gerais e negócios em São Carlos e região, tem apostado forte nos lançamentos no município. De acordo com o gestor regional de vendas da empresa, Matheus Lessa, o total de unidades passou de 176 para 320, entre 2018 e 2019. No ano passado foram 856 e para este ano são previstos 702 apartamentos.

“E a perspectiva para 2021 é continuar neste cenário de crescimento, com um número um pouco menor de unidades, mas ainda assim uma quantidade expressiva”, comenta.

O estoque da construtora mineira ainda está alto, uma vez que houve um lançamento em meados de dezembro do ano passado, explica o gestor. Há 790 unidades à venda em São Carlos, em diferentes fases de construção.

Em Araraquara (SP), a situação não é tão diferente. Um grupo sediado no interior paulista que atua nos segmentos de alto padrão e Casa Verde e Amarela planeja colocar no mercado local 1.000 unidades.

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A indústria da construção civil emprega em São Carlos cerca de 2.573 pessoas, ou 3,53% do total de trabalhadores com carteira assinada na cidade. Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) refletem o cenário de dezembro do ano passado no mercado de trabalho formal.

No país, o cenário de avanço nos negócios é impulsionado pela baixa nos juros do financiamento habitacional. Também pode ser explicado pelo ímpeto de investidores que veem no mercado imobiliário um filão que podem render bons dividendos. Longe do sobe e desde da bolsa e do rendimento anêmico da poupança e renda fixa, quem tem dinheiro parado está comprando imóveis.

Segundo construtoras consultadas pelo ON, cerca de 15% das vendas em São Carlos destinam-se a investidores interessados em alugar os imóveis. O percentual coloca o mercado próximo a grandes centros urbanos e acima da média de cidades de mesmo porte, segundo Lessa.

“Em média, 15 % dos nossos compradores são investidores, outros 85% compram para morar. Vimos um crescente número de investidores nos últimos anos. Dando um exemplo prático, vendemos mais de 10 apartamentos para investidores no fim do ano passado”, comenta.

Para atrair a atenção dos consumidores, as construtoras que atuam em São Carlos apostam na diversidade. Empreendimentos em diferentes estágios de construção, tamanhos e localização.

“Cada pessoa prefere morar numa região da cidade. A escolha é muito ligada ao emprego, onde já reside, então para atender todo o público possível variamos as localizações de nossos empreendimentos”, explica Donadon.

A indústria da construção civil movimenta uma longa cadeia na economia nacional. Desde a produção de cimento, aço, passando por serviços de engenharia e arquitetura, imobiliárias e atuação bancária. No Brasil, a movimentação na construção é bem ligada à atuação governamental, por meio de subsídios federais e redução de taxa de juros no financiamento, como o Casa Verde e Amarela, sucessor do Minha Casa, Minha Vida.

“Com a mudança do Minha Casa para o Casa Verde e Amarela houve uma alteração no valor de imóveis aceitos em São Carlos, que passou para o teto de cidades de médio porte, com mais de 250 mil habitantes. Isso favoreceu os nossos negócios em imóveis de R$ 205 mil que eram desenquadrados no programa do governo”, compara.

O mercado imobiliário, situado na ponta da longa cadeia de construção civil, também teve números positivos em São Carlos em 2020 e vê uma perspectiva boa para 2021.
 
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