Com o rebaixamento para a fase vermelha do Plano São Paulo, comerciantes de São Carlos (SP) precisaram se reinventar para tentar manter as vendas. A opção foi o sistema delivery, mas as dificuldades ainda atrapalham os vendedores.
Para manter a conversação com o cliente, muitas lojas apostaram no atendimento por aplicativos de mensagens instantâneas. Mas mesmo que a tecnologia facilite o serviço, em alguns casos pode acabar atrapalhando.
Esse é o caso da Simone Ferreira, funcionária de uma loja de bolsas, cintos e acessórios, que vê a falta do atendimento presencial como dificuldade na hora da venda e prospecção de clientes.
“É muito difícil atender por WhatsApp, você manda foto para o cliente e ele quer ver várias peças, é um obstáculo. A gente tem que trabalhar com sistema de delivery e drive-thru, a gente tem que levar a peça até o cliente, porque se a porta estiver aberta, somos notificados”, disse.
Essa percepção também se estende para outros comerciantes, que alegam prejuízos pela falta de contato com os consumidores. “O delivery não funciona muito bem não, porque os clientes gostam mais de toque na peça, de ver como ficou, e nossa parte de lingeries e cuecas é mais complicado para se comprar por delivery. As vendas caíram bastante”, disse uma lojista que não quis se identificar.
Mas a situação não é exclusiva do comércio de roupas e acessórios. Na lavanderia da Renata Ambo, mesmo que o empreendimento seja autorizado a funcionar com atendimento presencial, as demandas caíram muito neste último ano e ficam ainda pior na fase vermelha.
“O que acontece é que a maioria dos clientes está trabalhando em casa, então deixam de procurar nossos serviços porque acabam eles mesmos fazendo o serviço em casa, até por meio de economia. As pessoas nos procuram quando estão com correria no dia a dia, por falta de tempo, então a lavanderia se torna uma coisa prática, mas quando estão em casa, o que vão fazer?”, comentou.
Lado oposto
Para os consumidores, a compra por delivery também está difícil. Adriana da Silva comentou que só foi até o Centro porque precisava de um produto por extrema necessidade.
“Para mim foi difícil porque passei de carro pela avenida, vi que a loja estava fechada, então estacionei o carro e pensei em dar uma volta pra ver se eu conseguia, porque precisava comprar um produto que é de extrema necessidade, cheguei na loja e estava fechada, peguei o número e liguei e tive que esperar na esquina para a vendedora trazer”, comentou.