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EconomiaCooperativa de motoristas de São Carlos lança app de transportes

Cooperativa de motoristas de São Carlos lança app de transportes

Promessa dos profissionais é ter serviço padrão, com o mesmo preço dos grandes aplicativos, mas com repasse integral aos motoristas

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Motoristas autônomos criaram aplicativo próprio em São Carlos. Foto: Reprodução

Cerca de 30 motoristas de aplicativo de São Carlos se uniram em cooperativa e lançaram um aplicativo de transporte próprio. A promessa é manter o padrão de atendimento já conhecido no mercado com o mesmo preço praticado. O serviço já foi lançado e conta com 80 passageiros cadastrados.

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Com o preço do combustível em alta, impostos e manutenção de veículo, os profissionais buscam melhor remuneração por quilômetro rodado. O preço da gasolina, principal peso no custo do transporte por aplicativo, teve aumento de 40% em 2021. E nesta quinta-feira (12), a Petrobras anunciou novo aumento, que provavelmente irá aparecer nas bombas nos próximos dias.

Com os custos pressionando, aumenta a pressão dos motoristas em relação aos descontos dos aplicativos de transporte, que variam entre 25% e 40%, segundo os profissionais.

“Está complicado porque o preço dos combustíveis está nas alturas, um absurdo. O custo de vida, em geral, está alto. Não é só isso. As plataformas não reajustam (o preço)”, lamenta Marcelo Santos, da Cooperativa de Logística e Transporte de Passageiros dos Motoristas Autônomos do Estado de São Paulo (Coopama).

Com as sucessivas altas nos preços e baixa remuneração, muitos motoristas decidem desistir da carreira como motorista de aplicativo. Santos, que é presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Carlos e Região (Amasc), estima que os 3.000 motoristas que a cidade contava antes da crise do novo coronavírus “não chega a 2.000”.

“Muito motorista parou de trabalhar. Os mais novos começam desinformados, não têm noção de ganhos e aceitam tudo quanto é tipo de corrida. Na hora que vai ver, estão com mais dificuldades financeiras do que quando começou. Isso é um problema”, afirma. 
 
Com as dificuldades crescentes, os motoristas tiveram a iniciativa de se reunirem e lançar o próprio aplicativo. A ideia surgiu há dois anos e depois de desenvolvimento de uma empresa especializada em apps de transportes saiu do papel. O software está disponível nas lojas online de forma gratuita. Nele, o cliente encontra ambiente semelhante ao da Uber e 99, nos quais o preço da corrida é apresentado antes de pedir a viagem. Para o cliente, afirma Santos, o preço praticado é o mesmo das outras plataformas.

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Para atrair mais motoristas para a cooperativa, Santos destaca o principal atrativo do projeto: a isenção de descontos por corrida. Isso já garante maior embolso por viagem feita.

“Uma corrida mínima na Uber o passageiro paga pouco mais de R$ 5 e o motorista recebe R$ 3,75, somente” “Por isso partimos para o cooperativismo, pois a nossa corrida mínima tem mais ou menos o mesmo valor e o motorista recebe mais”, afirma.

Nesta primeira fase, com 30 motoristas associados, a cooperativa paga a taxa mensal do aplicativo, que gira em torno de R$ 25. Esse é o único pagamento feito pelo associado à plataforma.

“Para que se tenha uma ideia, o motorista que trabalha de 10 a 12 horas por mês com a Uber deixa, em média, R$ 1.500 a R$ 1.700 em comissões do aplicativo. Aqui vão gastar R$ 25”, disse.

Poucas corridas
De início, o aplicativo da Coopama ainda encontra dificuldades. Uma delas é a base de passageiros. Com a maior parte dos clientes usando os apps concorrentes, o trabalho é de “formiguinha” num primeiro momento. Em média, são 12 corridas por dia usando o app próprio.

“Estamos com 80 passageiros cadastrados. Não fizemos propaganda, estamos no trabalho de formiguinha, mesmo. Estamos no boca a boca com os próprios motoristas”, relata. 
 
Para garantir os ganhos, os motoristas ainda usam os aplicativos das duas principais empresas do mercado. Santos garante haver prioridade para quem pede corrida via Coopama.

Grandes apps pronunciam
A Uber afirmou, em nota, que a taxa da empresa tornou-se variável em 2018, o que pode causar “confusão” entre os motoristas parceiros porque “em algumas viagens ele pode aumentar enquanto, em outras, pode diminuir”.

A multinacional disse, ainda que envia todas as semanas para os profissionais email com “compilado sobre os seus ganhos” em que é possível conferir o quanto de taxa foi pago naquele período.

A 99 também respondeu sobre a remuneração e disse que os repasses aos motoristas são feitos com base na distância percorrida e tempo de deslocamento.

“É importante esclarecer que a 99 está sempre aberta ao diálogo e prioriza a melhoria contínua dos ganhos e maior eficiência na rotina dos motoristas parceiros, além de oferecer um serviço seguro e acessível aos passageiros.”

A empresa informou ainda ter um pacote de iniciativa em que zera a tarifa cobrada pela companhia em determinados dias do mês, resultado em repasse integral aos motoristas. A 99 disse ainda ter parceria com postos de combustível que garante desconto no abastecimento.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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