O governo João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (7) a criação de um novo programa social denominado Bolsa do Povo, com repasses de até R$ 500 por pessoa.
O anúncio foi feito no Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo, em entrevista coletiva sobre medidas contra a pandemia da Covid-19.
Num momento em que o governo Jair Bolsonaro também passa a pagar um auxílio, o governador paulista lançou o Bolsa do Povo por meio da ampliação e unificação de vários outros projetos.
O programa foi anunciado como o “maior da história” de São Paulo.
Aliados no segundo turno das eleições em 2018, Bolsonaro e Doria romperam ao longo do mandato e são apontados como rivais para a disputa ao Planalto em 2022.
Segundo o governo tucano, os programas Ação Jovem (para estudantes de 15 a 24 anos) e Renda Cidadã (para pessoas de baixa renda) terão valor aumentado de R$ 80 para R$ 100. Além disso, serão contratados 20 mil pais e mães de alunos de escolas estaduais para colaborar no retorno às aulas. O pagamento será de R$ 500 por quatro horas diárias.
Doria é um dos que disputam um espaço no centro com objetivo a viabilizar seu nome para a disputa à Presidência no ano que vem.
No último dia 31, ele foi um dos seis signatários, em meio à crise militar no governo federal, do “Manifesto pela Consciência Democrática”. O texto também foi assinado por Ciro Gomes (PDT), Eduardo Leite (PSDB), João Amoêdo (Novo), Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Luciano Huck (sem partido). A coalizão é vista por pessoas ligadas ao grupo como embrião de uma possível união para a corrida presidencial.
Além de fazer a contraposição a Bolsonaro por meio da vacina Coronavac, com o novo programa, Doria também marca posição em uma área que é bastante criticada por bolsonaristas a do combate aos efeitos econômicos da pandemia.
“Estamos acompanhando o crescimento acelerado da pobreza, da miséria, da vulnerabilidade em São Paulo e no Brasil. Um governo responsável segue dando atenção a saúde e à vida, mas também pelo alimento e proteção social”, disse Doria.
Em sua fala, o tucano ainda criticou indiretamente o governo Bolsonaro. “Há os que se mobilizam pelo alimento no prato e a vacina no braço e os que se mobilizam para ter cloroquina em depósitos. Essa é a diferença entre os que acreditam na vida e na ciência e os que são contra a vida e contra a ciência”, disse.
Para viabilizar o programa, um projeto de lei será enviado à Assembleia Legislativa em regime de urgência.
Segundo o governo, serão reunidos os seguintes programas, em sete eixos diferentes: Bolsa Trabalho (emprego), Bolsa Renda Cidadã (assistência social), Bolsa Aluguel Social (habitação), Bolsa Talento Esportivo (incentivo), Bolsa Auxílio Via Rápida (qualificação profissional), Ação Jovem e contratação de mães e pais nas escolas (educação), além da contratação de agentes de apoio na saúde.
A gestão Doria diz que o Bolsa do Povo será gerido pela Secretaria de Governo. A administração ainda estuda a ampliação de outros valores e criação de novas ações.