SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O fim da isenção fiscal de ICMS a medicamentos oncológicos em São Paulo pode resultar em aumento de ao menos 18% no preço final dos produtos, diz o Grupo Farma Brasil, que reúne grandes empresas da indústria farmacêutica.
O valor corresponde exatamente aos 18% de subsídio a serem recolhidos pelo estado a partir de 15 de janeiro.
O setor alega que o repasse direto ao consumidor será inevitável diante da desvalorização do real em 2020 e da alta nos preços das matérias-primas, encarecidas pela pandemia.
Os insumos da indústria vêm da China e da Índia.
Segundo a associação, o fim do benefício também deve vai gerar impacto negativo nos tratamentos oferecidos no SUS, já São Paulo é o principal produtor e fornecedor de medicamentos para câncer.
Em documento, o grupo afirma que a tributação também aumentará a sinistralidade dos planos de saúde, “que é o gatilho para reajuste de mensalidades de planos empresariais e individuais”.
A justificativa é que mais da metade das pessoas em tratamento com quimioterápicos são atendidos por planos.
As discussões sobre o ajuste fiscal no estado de São Paulo continuam.
Na quinta (7), secretários do governo divergiram sobre o benefício fiscal na área de saúde, de acordo com envolvidos no debate.
Uns defendem a isenção de ICMS apenas a genéricos enquanto outros preferem que ele seja estendido também a medicamentos para câncer, HIV e doenças raras.
Na quarta (6), o governo determinou que genéricos estão fora do reajuste fiscal, portanto não terão consequente aumento da carga tributária.
Também foi criada uma força-tarefa para debater os pleitos setoriais.
Além de saúde, agronegócio e varejo têm pleiteado a manutenção da isenção fiscal. Alimentos e insumos agropecuários ficaram de fora do corte do benefício.