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EconomiaGanhos em alta promovem corrida por implementos agrícolas

Ganhos em alta promovem corrida por implementos agrícolas

Produtores querem produzir mais e aumentar a produtividade; boom das commodities e dólar nas alturas aumentaram os lucros no agro

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O dólar e o preço das commodities agropecuárias em alta, o setor de máquinas e implementos estão vivenciando um verdadeiro boom em plena pandemia de Covid-19.

Em São Carlos (SP), duas empresas do ramo viram seus faturamentos crescerem desde 2020. Para atender a carteira de clientes cada vez mais numerosos promoveram contratações em movimento que expande a massa de trabalhadores diretos e indiretos.

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Em uma das empresas do ramo, para dar conta da demanda, a foram contratados 50 funcionários, o que expandiu a massa de trabalho para 250 pessoas, entre diretos e indiretos, segundo Mário Casale, presidente da empresa.

“2021 está com grande crescimento e estamos com o ano fechado em vendas. Inclusive temos carteira de pedidos para o início do ano que vem também. Está bem forte a procura”, afirma.

A companhia de Casale produz maquinário para atender o setor da pecuária. São misturadores e distribuidores de ração, moedores de milho e feno e colhedora de forrageira.

O apetite dos pecuaristas por novos implementos acompanha os movimentos internacionais das cotações das commodities. Segundo o Centro Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, em outubro do ano passado, a arroba do boi gordo valia R$ 264. Neste mês, está próximo de R$ 300.

O bom momento vivido pelo agronegócio tem feito com que agricultores dirigem esforços para a compra de maquinários novos, apostando em maior produtividade. 2021 tem sido bom para diversas culturas, com a valorização vindo das cotações e assinaturas de novos contratos de entregas e via dólar. Quem exporta soja ganha em dólar, que está valendo muito mais do que em real.

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Esse movimento para cima tem enche os bolsos dos agricultores, apesar do cenário de estiagem, onda de frio, calor e queimadas. A empresa de Camilo Ramos viu suas vendas crescerem 140% no ano passado e neste ano vê retomada ainda maior.

“Com a pandemia houve uma corrida dos países por estoque de alimentos e coincidentemente safra recorde no país. Os produtores começaram a investir em maquinário para o preparo do solo, o que contempla também essa vontade de investir para ganhar produtividade e fomos beneficiados por isso”, relata.
 

Agricultores estão investindo em aumento de produtividade. Foto: Divulgação
Agricultores estão investindo em aumento de produtividade. Foto: Divulgação

Há um porém
Mas nem tudo são flores no setor de máquinas e implementos para o agro. O próprio dólar alto que favorece os clientes e facilita as exportações de maquinário deixa o produto mais caro para o mercado doméstico. Aço importado, pneus e alguns acessórios ficaram mais caros.

“Entre as matérias-primas, o aço é o que puxou a fila de forma assustadora em termos de preços. Nós basicamente transformamos metal em implementos em vários processos, solda, fundição, tudo mais”, relata.

Há vários países fornecedores de matéria-prima, como Inglaterra, Índia e China. Com a alta nos preços, a indústria local tem buscado alternativas, como a Rússia, para baratear o processo.
 

Agrishow e outras feiras fomentam o setor com novidades (Foto: Natalí Silva)
Agrishow e outras feiras fomentam o setor com novidades (Foto: Natalí Silva)

Futuro promissor
Para o pesquisador Sílvio Crestana, da Embrapa, a onda de compras de maquinários, equipamentos e implementos acompanha o bom ânimo dos clientes e a perspectiva deles de boas vendas no agro em 2022.

“A soma do faturamento do agro deve bater 2021 com mais de R$ 1 trilhão. O setor de máquinas cresceu 27%, tanto no mercado interno quanto no externo. E para 2021, a expectativa é de 30% de crescimento”, comenta.

A chegada de novas tecnologias permite ganhos de produtividade, traz mais lucro e adiciona maior valor à atividade. “O produtor, no fundo, espera colocar mais dinheiro no bolso comprando essas máquinas”.

Máquinas mais robustas, inteligentes e conectadas permitem ao agro abrir mão de trabalhadores, mas, segundo Crestana, o mercado aquecido acaba absorvendo os trabalhadores em outras atividades no próprio campo ou na cidade em indústrias que fornecem ao agro.

“Na medida em que vai ampliando a área de produção ou usando mais tecnologia que exige mais mão de obra, embora mais qualificada, absorve esse pessoal”, comenta.

Para além do otimismo, 22 ainda tem algumas incertezas, como o clima, que trouxe trabalho aos produtores. De positivo, há o término da pandemia, expectativa de volta das grandes feiras, como a Agrishow, e retomada econômica.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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