O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta sexta-feira (10), uma pesquisa que aponta significativa queda no rendimento médio mensal dos brasileiros, o qual atingiu o menor patamar desde 2012.
O rendimento médio verificado em 2021 foi de R$ 1.353 no mês, ficando ainda abaixo do pior resultado da série histórica, que havia sido registrado em 2012, quando a renda era equivalente a R$ 1.417.
O instituto atribui à queda no rendimento mensal fatores como o fim do auxílio emergencial, os desdobramentos da pandemia, que afetou diretamente a dinâmica econômica, e o avanço da inflação no período pandêmico.
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A pesquisa de 2021 revela que o percentual de residências em que pelo menos uma pessoa recebe recursos de programas sociais, como o auxílio emergencial, caiu de 23,7% para 15,4%.
Dessa forma, o ano de 2021 foi ainda pior para a renda dos brasileiros, visto que em 2020, no primeiro ano de pandemia, o rendimento médio observado foi de R$ 1.454, o que representa um rendimento de quase R$ 100 reais a mais por mês, devido ao pagamento de auxílios pelo governo.
“Foi um benefício apenas emergencial. Agora que a gente está tirando ele, a gente está vendo que ele cumpriu o papel ali de não deixar a renda cair tanto em 2020, mas em 2021 essa queda veio e a desigualdade voltou para o padrão que estava. As rendas estão menores e tivemos a questão inflacionária. Então, estamos em situação pior em 2021 em termos de renda”, explicou a analista da pesquisa, Alessandra Scalioni Brito.
Além do corte do benefício, a inflação também contribuiu para a diminuição da renda média dos brasileiros, uma vez que, com produtos mais caros, a população tem seu poder de compra reduzido, passando a adquirir menos itens com a mesma quantia aplicada para o consumo em períodos em que a inflação se encontrava em patamares menores.
A pesquisa também mostra que o índice de desigualdade avançou em todas as regiões do país na comparação entre 2020 e 2021. Na região sudeste essa renda passou de R$ 1.742 para R$ 1.645 e, na região sul, de R$ 1.738 para R$ 1.656.
Já na região norte, o rendimento médio passou de R$ 966 para R$ 871 e na região nordeste, de R$ 963 para R$ 843. Por fim, na região centro-oeste a variação observada foi de R$ 1.626 para R$ 1.534.
Outro indicador que permite rastrear a desigualdade social em um determinado local é o Índice de Gini. Levando em consideração toda a população brasileira, entre empregados e desocupados, o IBGE apontou que o índice aumentou entre 2020 e 2021, passando de 0,524 para 0,544.
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