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EconomiaIndústria e serviços fortes puxam as contratações em São Carlos

Indústria e serviços fortes puxam as contratações em São Carlos

Dados do Caged mostram que 1.051 vagas foram criadas em fevereiro na cidade; há 76 mil pessoas empregadas com carteira assinada na cidade

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Setor industrial forte puxou as contratações em São Carlos (SP). (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

No segundo mês do ano, os setores industrial e de serviços puxaram para cima as estatísticas de emprego com carteira assinada em São Carlos (SP). A atividade econômica crescente mostrou reflexos em todos os setores da economia, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.

No mês, foram 3.339 contratações e 2.288 demissões, com saldo positivo mais acentuado na indústria, com saldo de 595 novos postos, e serviços, com 272 vagas. O mercado de trabalho também ficou no azul nos setores da construção (+82), comércio (+78) e agropecuária (+24).

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Nos principais setores, atividades ligadas à indústria de transformação, na área industrial, informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas, em serviços, e comércio em atacado, foram os destaques do mês.

Na avaliação do economista Elton Eustáquio Casagrande, colaborador da Associação Comercial e Industrial de São Carlos (Acisc), o avanço do mercado de trabalho em fevereiro deve-se à organização empresarial para atender a uma demanda, cada vez maior, de setores emergentes, em especial o de compras online.

“Isso mostra uma boa organização do setor empresarial para atender à demanda que agora se expressa de uma forma mais crescente na via digital, através de plataformas, de compras remotas, sites. O presencial tem sido feito de outras maneiras, com sistemas de entrega, ou seja, tudo isso tem movimentado a atividade econômica de São Carlos”, pondera.

O economista salientou que apesar da desorganização política, expressa sobretudo na crise política crônica vivida pelo país, o empresariado tem conseguido manter os negócios. “É uma demonstração de boa organização e luta pela sobrevivência”.

“Alguém precisa avisar a classe política e dar um basta nessa desorganização para que a classe econômica possa aflorar e tornar mais proveitosa, inclusive numa situação difícil e para vários jovens, pessoas de meia idade, idosos. Então a economia tem dado a sua resposta”, sugere.

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São Carlos tem atualmente quase 76 mil pessoas empregadas com carteira assinada. O número se refere a pessoas que trabalham na cidade, uma vez que são-carlenses que moram aqui e trabalham em outro município contabilizam estatística externa. Do total, 47,6% dos empregados são do setor de serviços. A indústria, importante na atração de divisas externas por meio de exportações, “colabora” com 24%. O comércio responde por 21,1%.

O Caged mostra também recorte por ocupação. Os destaques ficam para os trabalhos de produção de bens e serviços industriais, com 544 novos postos criados, serviços administrativos, com 177, técnicos de nível médio, com 131, e profissionais das ciências e das artes, com 59 vagas novas.

Mais uma vez, seguindo a tendência de meados do ano passado, as mulheres se viram em desvantagem no mercado de trabalho são-carlense. Com 51% da população, segundo estimativa do Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), elas corresponderam a 38% das vagas criadas. Já os homens, cuja participação na população fica em 49%, responderam a 62%.

O saldo por grau de instrução também mostra que o mercado de trabalho abriu mais as portas de quem tem pelo menos ensino médio completo. Trabalhadores deste nível educacional foram responsáveis por 668 vagas criadas em fevereiro. Nos outros níveis educacionais, destacam o ensino fundamental completo, +169, ensino médio incompleto, +107, superior completo, +67.

Entre as faixas etárias, os adolescentes responderam a 84 das novas vagas criadas, enquanto que os jovens de 18 a 29 anos tiveram 603 novos postos. Trabalhadores com idades entre 30 e 64 anos, somara 369 postos. O único número negativo ficou por conta dos idosos com mais de 65 anos de idade, em que o saldo foi de cinco vagas fechadas.

Importância do SUS na economia
Na análise dos números do Caged e no quadro geral da economia, Casagrande chamou atenção para a importância do Sistema Único de Saúde na manutenção da atividade econômica em meio a pandemia.

Para o economista, o SUS oferece um sistema robusto de saúde pública que dá coerência à atividade econômica. “Na medida em que aprofundar a crise no sistema sanitário, a economia como um todo cai por terra. Então, a atitude coletiva é determinante da continuidade de ter ou não empregos na economia. A presença de vacinas, o êxito de protocolos, cuidados pessoais”, relata.

O economista prossegue afirmando também precisam ser consideradas as vidas perdidas, uma vez que são trabalhadores, cidadãos que sustentam a casa. “Como se reorganiza o trabalho dentro de uma família que perde o seu ente que lidera ou que tem o trabalho principal que garante a renda familiar?”, indaga.

O cenário de interdependência entre economia e SUS se resume ao fato de a atividade econômica depender do suporte da saúde pública, enquanto que o sistema se sustenta com a manutenção da arrecadação fiscal.

“O Brasil está enfrentando um apelo pela nossa sanidade, capacidade de sobreviver num momento tão difícil, da melhor maneira possível, para que a economia não pare, a arrecadação continue e a manutenção do sistema único de saúde exitoso no exemplo mundial continue a existir. Então o maior risco vem do não financiamento do SUS e é esse é o maior risco à economia”, comenta.

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