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EconomiaInflação de 2023 de mais pobres foi quase metade da percebida por mais ricos, diz Ipea

Inflação de 2023 de mais pobres foi quase metade da percebida por mais ricos, diz Ipea

As famílias de renda mais baixa viram um arrefecimento maior na inflação anual graças à “forte descompressão” registrada nos alimentos para consumo no domicílio

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A queda nos preços dos alimentos para consumo em casa e dos artigos de residência freou o ritmo de alta no custo de vida percebido pelas famílias de baixa renda em 2023, enquanto as passagens aéreas e gasolina mais caros pressionaram a inflação sentida pelos mais ricos, informou nesta quarta-feira, 17, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que os preços na economia passaram de uma alta de 0,20% em novembro para uma elevação de 0,61% em dezembro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve aceleração de uma elevação de 0,58% em novembro para um aumento de 0,62% em dezembro.

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Com o resultado, a inflação acumulada no ano foi de 6,22% na faixa de renda alta (ante 6,83% em 2022) e de 3,27% na faixa de renda muito baixa (ante 6,35% em 2022).

“Com a incorporação desse resultado, nota-se que, embora no acumulado de 2023 todas as faixas de renda tenham apresentado desaceleração da inflação em relação à observada no ano anterior, ela foi bem mais intensa no estrato de renda muito baixa”, ressaltou Maria Andreia Parente Lameiras, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea, na Carta de Conjuntura divulgada nesta quarta-feira.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, passou de uma elevação de 0,28% em novembro para 0,56% em dezembro. A taxa acumulada em 2023 ficou em 4,62%, ante 5,78% em 2022.

As famílias de renda mais baixa viram um arrefecimento maior na inflação anual graças à “forte descompressão” registrada nos alimentos para consumo no domicílio, que passaram de uma elevação de preços de 13,2% em 2022 para um recuo de 0,5% em 2023.

“Por certo, dado o peso desses itens alimentícios na cesta de consumo das famílias mais pobres, a queda dos preços da carne (-9,4%), das aves e ovos (-6,8%), dos leites e derivados (-3,0%) e dos óleos e gorduras (-14,5%), em 2023, trouxe um alívio inflacionário maior para esses segmentos. No caso das faixas de renda mais elevadas, a queda dos preços dos alimentos no domicílio acabou sendo anulada pela alta de 5,3% dos serviços de alimentação fora do domicílio”, apontou o Ipea.

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Ao mesmo tempo, algumas das maiores pressões inflacionárias do ano de 2023 também impactaram mais as famílias de maior poder aquisitivo, como os reajustes de 47,2% das passagens aéreas, de 12,1% da gasolina e de 11,5% dos planos de saúde.

O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar menor que R$ 2.015,18 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 20.151,76, no caso da renda mais alta.

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