2021 começa com altas expectativas no ramo imobiliário de São Carlos (SP), em meio a esperança do início da vacinação, da retomada forte da economia e da volta dos estudantes, que representam fatia importante das locações na cidade.
Depois de um segundo semestre de 2020 com vendas e locações em alta, agentes do mercado imobiliário esperam repetir o bom desempenho neste ano. A pandemia de Covid-19 atrapalhou, nos primeiros meses de fechamento, mas acabou por dar um novo impulso à construção civil, com o rebaixamento da taxa de juros.
Para Ítalo Cardinali Filho, proprietário de uma imobiliária da cidade, a compra para investimento tem mantido o mercado são-carlense aquecido, mesmo em meio a pandemia de Covid-19. Para atender à demanda, são quatro lançamentos previstos neste início de ano. “Não chegamos nem ao meio do mês e temos uma boa perspectiva, inclusive com vários lançamentos agendados já para esse primeiro semestre”, comenta.
Frederico Oehlmeyer, dono de imobiliária, afirma que as negociações cresceram 30% em 2020. Parte dos compradores foram atrás de oportunidades de investimentos. “A taxa de juros está baixa e é um excelente indicador do porquê ocorreu (o aumento). A segunda causa é que a Selic (taxa básica de juros da economia) estando baixa, os investimentos financeiros também ficam baixos. Em terceiro lugar, está a questão da segurança, a pessoa que põe o dinheiro no imobilizado tem uma segurança no mercado, pois sempre é rentável”, explica.
Muitas famílias estão aproveitando a “onda” de juros baixos para surfar em busca do primeiro imóvel próprio ou então para trocar de casa. s condições mais vantajosas têm incentivado os compradores a aproveitarem do custo financeiro menor para adquirir casas ou apartamentos maiores e mais caros, de acordo com Oehlmeyer.
Porém, a paralização da economia no primeiro semestre de 2020 pode ter um impacto negativo no número de imóveis novos disponíveis para compra em São Carlos. Os estoques estão acabando e pode haver um “lag” até a reposição, uma vez que construção de casas e prédios leva algum tempo.
“Os preços também estão estáveis. Como teve essa desorganização da economia por causa da pandemia, com empregos que fecharam, então o aço e o cimento subiram muito e são poucas empresas que produzem. Então acreditamos que a produção deva se normalizar até o segundo semestre e os preços devem voltar ao normal, mas com certeza algum reajuste de preço há de ter (no futuro) “, frisa Cardinali.
O mercado de locação em São Carlos é dividido em duas grandes fatias. Uma delas é o do aluguel de moradias para famílias. Esse naco teve desempenho positivo em 2020. Em contraponto, os imóveis voltados ao mercado estudantil estão com alta taxa de desocupação.
“A expectativa é de crescimento. As duas universidades pelo menos indicaram regresso as aulas. Com a volta dos estudantes presencialmente, a gente vê um novo boom dos preços, inclusive com aumento de preços”, analisa Oehlmeyer.
Renegociação de aluguéis
Com o Índice Geral de Preços Mercado (IGP-M) acumulado em 23,14% nos últimos 12 meses encerrados em dezembro, proprietários e inquilinos voltaram à mesa para negociar como abrandar o baque nas contas das famílias.
O IGP-M é o principal indicador para reajuste contratual no país. Para um aluguel de R$ 1.500, a aplicação do índice resulta em reajuste para R$ 1.847,10, um impacto de R$ 347 no orçamento mensal.
“Estamos com muitas renegociações de aluguel. Temos uma dificuldade com o IGP-M, que ainda não estabilizou. Porém, os 20% são algo que estamos tendo que renegociar todas as renovações de aluguel, então está dando um trabalho bem grande”, comenta.