Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, campus da Universidade de São Paulo (SP), mostram que o preço da laranja chegou ao maior patamar dos últimos 30 anos em fevereiro deste ano no Estado de São Paulo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, apontou que o reajuste nos valores chegou a 29%.
Na sede da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) em Araraquara, que abastece também a cidade de São Carlos, o preço do quilo da laranja saltou de R$ 3,07 – índice registrado em 13 de dezembro de 2023 – para R$ 3,90 nesta semana.
Ainda de acordo com o IPCA, no acumulado dos últimos 12 meses, o preço médio da fruta subiu mais no mercado paulista do que na média nacional. Enquanto no Brasil o preço aumentou 36,67%, no Estado de São Paulo a alta foi de 38,08%.
“Em fevereiro, nós tivemos preços que chegaram próximos a R$ 90 por caixa, de 40,8 quilos, pensando na remuneração ao produtor. Esse preço é na árvore, não considera colheita e frete, e é um preço historicamente alto. Em nossa série do Cepea, que começou lá em 1994, é o maior valor histórico da série”, aponta Fernanda Geraldini, pesquisadora do Cepea/USP.
A combinação dos preços altos com a safra ruim, influenciada pelas altas temperaturas, segundo a Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), fez com que os estoques de suco de laranja caíssem ao segundo menor nível já registrado.
O índice preocupa visto que o Brasil é responsável por abastecer cerca de 75% do mercado mundial de suco de laranja. No caso da laranja-lima, por exemplo, entre fevereiro e maio, costuma ter baixa disponibilidade, o que faz com que os preços da fruta fiquem altos nesta época do ano, isso de acordo com a tabela de sazonalidade de quantidade e valores apontada pela Ceagesp.
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