Apesar de ter abandonado o plano de instalar praça de pedágio entre São Carlos e Araraquara, o governo paulista incluiu no edital da nova concessão da Rodovia Washington Luís (SP-310) cláusula que permitirá à futura operadora rodoviária a cobrança por quilômetro rodado, inclusive na região.
O novo contrato, que está disponível para consulta no site da Agência Reguladora de Transportes de São Paulo (Artesp), delineia como devem ser as rodovias concedidas do Lote Noroeste.
As praças de pedágio que os usuários conhecem deixarão de existir, literalmente. As cancelas e o sistema de cobrança automática serão substituídos pela automação completa, chamado de Sistema Automático Livre, em que os motoristas não precisam reduzir a velocidade para ter a cobrança efetivada. Entre demolição das praças e instalação dos pórticos estão previstos gastos da ordem de R$ 427 milhões nos próximos anos.
Os pórticos consistem em conjunto de sensores identificará o veículo e cobrará a conta do pedágio, que poderá ser paga via assinatura de tag ou manualmente com pagamento via internet. Motoristas que não pagarem o pedágio em 15 dias ficarão sujeitos à multa por evasão de pedágio.
O edital prevê as primeiras substituições já em 2024, segundo ano de concessão. Praças de Itápolis e Jaboticabal serão demolidas para dar lugar ao sistema automatizado. Para o pedágio de Araraquara, o mais próximo de São Carlos, a mudança poderá ocorrer em 2028, tomando 2023 como o primeiro ano de concessão.
A Agência Reguladora de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) afirmou ao acidade on São Carlos que o novo contrato mantém o modo de cobrança como está hoje, com recolhimento da tarifa por trecho, com possibilidade de descontos para usuários com tags e motoristas que fazem uso frequente da rodovia.
Apesar de prever inicialmente a cobrança da forma que conhecemos, o edital e seus 24 anexos deixam em aberto a possibilidade de motoristas da nova concessão terem de pagar por quilômetro rodado.
Caso seja colocado em prática, o novo modelo dependerá de instalação de mais pórticos com cobrança fracionada. Chamado de Ponto a Ponto, o sistema está em funcionamento em concessão na região de Campinas, administrado pela Rota das Bandeiras.
O método é vantajoso para quem teria de pagar a tarifa “cheia” de pedágio, como ocorre com os moradores de Matão que precisam passar pela praça de cobrança em Araraquara. Atualmente são exigidos R$ 18,70 pela passagem.
O sistema, todavia, não é bom negócio para quem usa a rodovia sem pagar. Um exemplo são os moradores de São Carlos, Ibaté e Araraquara que podem circular pela SP-310 sem pagar. Caso seja “contemplada” com pórticos, a viagem entre os municípios seria cobrada, mesmo sem a instalação de uma praça de pedágio.
Pelo desenho atual, as 10 praças de pedágio serão convertidas em pórticos. Esses postos de cobrança, inclusive, poderão ser trocados de lugar, sem prejuízo de sua “área de cobertura”.
Investimentos em São Carlos
Para São Carlos, a concessão prevê R$ 266 milhões para a construção de faixa adicional e vias marginais. O município deve sentir as primeiras movimentações entre 2024 e 2026. A intervenção abrangerá trecho entre os km 227,8 e 242,5 e cobrirá praticamente todo o perímetro urbano na Washington Luís.
A rodovia, que praticamente serve de “avenida” para moradores de São Carlos, Ibaté e Araraquara, deve ganhar novos trechos com faixa adicional para melhorar o fluxo de veículos. A intervenção deve chegar ao trecho entre São Carlos, Ibaté e Araraquara entre 2028 e 2029, ao custo de R$ 174 milhões.