- Publicidade -
EconomiaSão-carlenses somaram R$ 2,04 bilhões aplicados em poupança em novembro

São-carlenses somaram R$ 2,04 bilhões aplicados em poupança em novembro

Município foi na contramão da tendência nacional e se manteve em índices acima dos anos anteriores apesar da pandemia; Banco do Brasil é líder em aplicações

- Publicidade -

Banco do Brasil é líder em aplicações em poupança. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Banco do Brasil é líder em aplicações em poupança. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apesar da crise econômica nacional e a pandemia de Covid-19, a poupança do são-carlense encerrou o mês de novembro com R$ 10 milhões a mais do que um ano antes.

O valor mostra crescimento contínuo nos últimos cinco anos, com R$ 2,041 bilhões guardados nos bancos. Um ano antes eram R$ 2,031 bilhões. Em novembro de 2016, as cadernetas somavam R$ 1,36 bi.

- Publicidade -

As informações fazem parte de relatório mensal do Banco Central que mensura as aplicações bancárias por município. A planilha foi compilada pelo acidade on São Carlos e mostra que São Carlos tem ido na contramão da tendência brasileira de retirar o dinheiro da poupança para complementar gastos, diante da redução da renda.

Segundo o próprio Banco Central, dados de dezembro mostram que houve saque líquido de R$ 35,5 bilhões das cadernetas de poupança em todo o Brasil. Neste contexto, o movimento contrário na economia são-carlense impressiona, segundo o professor de economia e colunista da CBN, Cláudio Paiva.

Ele elenca quatro fatores que podem ter pesado no aumento da poupança em São Carlos. Um deles e principal é o comportamento conservador das famílias na cidade. A aversão ao risco em outras aplicações, como a bolsa e títulos, a facilidade em resgatar os recursos e desconhecimento entram nessa equação.

“O segundo fator é que a crise despertou um comportamento precaucional, diante de uma situação de incerteza do que vai acontecer com as famílias no futuro. Passaram a gastar menos e fazem uma poupança precaucional. Esse comportamento diante da crise é um elemento que explicaria esse aumento da poupança”, afirma.

O terceiro fator é o auxílio emergencial. Os depósitos do governo em poupança aumentaram a quantidade de dinheiro nos cofres dos bancos. E muitos brasileiros, segundo o economista mantiveram os recursos na aplicação. Um “efeito colateral” foi a bancarização dessas pessoas que não tinham acesso ao sistema financeiro.

- Publicidade -

“Com o pagamento do auxílio emergencial foi feita a bancarização de uma parte extremamente vulnerável da população de São Carlos, por exemplo”, comenta.

O último fator elencado por Paiva é o isolamento social. Com parte da população trabalhando em home office, quem tinha sobras no fim do mês pode guardar o dinheiro. Atrelado ao conservadorismo, a poupança recebeu recursos também por ser o meio mais fácil de se aplicar no Brasil. 
 

Em julho houve pico nas aplicações em poupança. (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)
Em julho houve pico nas aplicações em poupança. (Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

Pico em julho
Em 2021, houve as reservas guardadas em poupança atingiram pico de R$ 2,092 bilhões. Desde então, houve saques que diminuíram a poupança total a R$ 2,054 bi em outubro e os R$ 2,041 bi em novembro.

Quem manteve o dinheiro guardado na poupança perdeu dinheiro no ano passado. A aplicação não bate a inflação há tempos, o que levou a uma migração de parte dos recursos para outros investimentos de renda fixa, de renda variável e de maior risco, como compra de ações na bolsa.

Segundo o economista, quem deixou dinheiro guardado no começo do ano passado perdeu 6,37% do poder de compra. A inflação oficial brasileira, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 10,26% em 2021. Co o rendimento pífio da caderneta, a cada R$ 1.000 investidos, o poupador perdeu R$ 63,70 de poder de compra.

“Deixar o dinheiro parado na poupança é um equívoco fundamental. Vem da ideia do conservadorismo, de não correr riscos, da simplicidade, mas essa é uma escolha totalmente inadequada economicamente. Você não tem como ter bom rendimento tendo a poupança”, afirma. 
 
Banco do Brasil lidera
Dentre os bancos com mais aplicações em poupança, o Banco do Brasil lidera com R$ 683,2 milhões guardados, seguindo pela Caixa Econômica Federal com R$ 560,6 milhões.

Na sequência vêm os bancos privados Itaú, com R$ 300,2 milhões, Santander, com R$ 267,5 milhões, e Bradesco, com R$ 230 milhões.

- Publicidade -
Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -