São Carlos criou 309 vagas de trabalho com carteira assinada em outubro deste ano. É o que mostra o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Neste ano, o município criou mais de 5 mil postos.
Todos os setores tiveram saldos positivos. O carro-chefe foi a indústria, com a criação de 148 vagas. Em seguida vem o comércio, com 69 postos.
Apesar dos bons resultados, o setor de serviços, responsável por 47% das carteiras assinadas, teve 12 novos postos abertos. A atividade econômica chama a atenção dos especialistas.
O economista e professor da Unesp, Cláudio Paiva, afirma que a expectativa era de mais postos na área já que a cidade foi apontada como referência no setor. O especialista explica o porquê a recuperação não está dentro da previsão.
“Há a transmissão de preços do atacado para o consumo. Isso significa dizer que: no primeiro semestre, por exemplo, tínhamos um preço ao consumidor baixo e atacado com preços elevados. Agora há essa transmissão e com isso há um efeito bastante significativo sobre o setor de serviços. Certamente quem emprega está enxergando essa demanda não tão intensa, então contrata e demite com maior facilidade”, comenta.
O cenário é melhor para as mulheres também. Neste mês de outubro, das vagas criadas, 75% foram destinadas às mulheres. Um sinal de que há um retorno dessa parcela da população para o mercado de trabalho. Mas é preciso analisar a qualidade dos postos ocupados.
“Eu diria o seguinte: estão voltando, mas de uma maneira muito precária ainda. Infelizmente, gostaríamos que (a situação) voltasse aos mesmos padrões de antes da pandemia, quando estavam alçando cargos de direção. Hoje, o retorno é muito mais lento, é uma retomada lenta. Ainda não dá para comemorar e temos que olhar a qualidade desse retorno, em termos de média salarial também”, explica.
No acumulado do ano, o município criou 5.032 postos, saldo nove meses maior do que os 565 gerados no ano passado até outubro.
Nos dez primeiros meses de 2021 o setor de serviços criou 2.184 vagas. Na sequência, vêm a indústria (1.775), construção civil (607) e comércio (472). A agropecuária teve resultado negativo, com fechamento de 6 postos.
No ano passado, o setor de comércio fechou no vermelho e encerrou 621 vagas com carteira assinada. Serviços (651), indústria (236), construção (209) e agro (90) tiveram saldos no azul.