Quase seis meses após a enchente que destruiu lojas, o comércio da rua Geminiano Costa, na Baixada do Mercado, ainda mostra sinais da chuva torrencial que desabou sobre São Carlos em 26 de novembro.
Na véspera da segunda data mais importante do ano, o Dia das Mães, quem passa pelo local vê portas de zinco baixadas, placas de “aluga-se” e movimento baixo.
No trecho da Geminiano entre a Episcopal e 9 de Julho, dos 12 salões comerciais do lado ímpar da calçada, sete estavam desocupados e cinco em funcionamento. Quem vê a situação pode pensar que a menor concorrência é benéfica para quem continua trabalhando, mas se engana, segundo Ana Paula de Oliveira Amaral, dona de uma loja de roupas.
“Quanto mais comércio tivermos aqui, mais aumenta o fluxo de clientes. Não podemos olhar nosso vizinho como concorrente, temos que olhar como oportunidade para todos. Quando as portas estão abertas há mais fluxo de pessoas no local”, explica.
Ana Paula manteve a loja aberta a muito custo e classifica como “triste” a situação da rua que era uma das mais movimentadas da cidade. “É triste você sair e ver tantos comércios fechados. É ruim porque atrapalha o movimento, estamos tentando nos reerguer, mas é difícil”.
O ano de 2020 não foi fácil e o de 2021 é mais uma pedreira enfrentada por quem continuou na Geminiano. O abre-fecha-abre, a pandemia, a falta de dinheiro nas mãos da família e as crises brasileiras são ingredientes de um caldo que está entornando.
“(O fechamento é) devido ao que nós passamos por conta da enchente nesses últimos dois anos. Estamos no segundo ano de consecutivo da pandemia. Isso foi o que colaborou para fechar as portas”, relata.
No quarteirão da loja de Ana Paula há pouco mais de um ano era possível encontrar lojas de chocolate, de relógio, sapatarias, lojas de roupas e de “R$ 1,99”. Atualmente, são vistos cartazes de “mudamos”, “vende” e “aluga” e um tapume colocado na época da inundação.