- Publicidade -
EconomiaTaxa de informalidade em São Carlos é de 35%, estima economista

Taxa de informalidade em São Carlos é de 35%, estima economista

Crise sanitária da pandemia de Covid-19 afetou de maneira muito diferente a economia da região; houve maior impacto nos setores de serviços e comércio

- Publicidade -

Taxa de informalidade em São Carlos é menor do que índice nacional. Foto: ACidade ON

A região de São Carlos e Araraquara tem uma taxa de informalidade de cerca de 35% no mercado de trabalho. Os dados são preliminares e foram levantados com base nos índices divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pelos próprios municípios.

O Brasil alcançou uma taxa de 39,5% no mercado de trabalho no trimestre encerrado em dezembro de 2020, com 34,039 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo IBGE. Em apenas um trimestre, mais 2,4 milhões de pessoas passaram a atuar na informalidade.
 
Leia também: 
“Dá vontade de chorar pelo desemprego, pelas dívidas para pagar”, conta desempregada
 
São Carlos recebe a mais R$ 8,9 milhões em repasses de ICMS  
 
Mais de 620 mil micro e pequenas empresas foram abertas em 2020

O economista Cláudio Paiva explica que a busca por dados consistentes de informalidade nos municípios é um desafio, principalmente pelo aumento de pessoas que desistiram de buscar emprego durante a pandemia.

- Publicidade -

“Neste momento de pandemia é difícil o cálculo, sobretudo o das pessoas desalentadas, que são as que saíram do mercado de trabalho e estão há muito tempo fora, desistiram de procurar e nem chegou a buscar uma nova vaga. São pessoas que não acreditam mais no mercado de trabalho local de onde estão vivendo”, relata.

A crise sanitária da pandemia de Covid-19 afetou de maneira muito diferente a economia da região. Houve maior impacto nos setores de serviços e comércio, que permanecem com restrições de funcionamento.

As mulheres também foram as mais impactadas, como apontam os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em São Carlos, de janeiro de 2020 a fevereiro de 2021, 3.007 empregos formais foram criados, mas apenas 986 mulheres foram contratadas, pouco mais de 32% dos postos.

O economista pontua que, para além desses impactos, que já são graves para a população, é preciso olhar para aquilo que não é evidente nessas estatísticas, mas perceptíveis em outros dados.

“Pessoas que perderam a fonte de renda, estão desesperadas para pagar as contas e outras até que nao tem condições de levar alimentos para casa, estão até passando fome. Como pode buscar a confirmação dessa percepção? Olhando os dados de aumento de pessoas no CadÚnico, estatísticas de famílias que procuram a Secretaria Municipal de Assistência Social, dados de endividamento das famílias, crescimento taxa de inadimplência”, explica Paiva.

- Publicidade -

Em São Carlos, de cada 10 pessoas, 3 estão com dívidas em atraso. Os dados são do Serasa Experian. Nessa soma de informalidade, desemprego e inadimplência sofre a economia e, claro, o brasileiro, que muitas vezes precisa vender o almoço para comprar a janta. O consumo das famílias caiu e o número de pessoas que conseguem ao menos guardar algum recurso no final do mês também.

“A taxa de desemprego é grande, a informalidade é maior e ainda os desembolsos já ocorreram. Quando olhamos olha a taxa de poupança, ela foi negativa em janeiro, fevereiro e março e a perspectiva é que em abril também feche no vermelho. Geralmente, os meses de captação negativa é janeiro e fevereiro somente. Ou seja, as pessoas estão tirando dinheiro de onde as vezes não têm para que elas possam sobreviver na pandemia”, frisa.

E a situação vivida pode piorar nos próximos meses. A solução para isso não ocorrer está, segundo os especialistas, na vacinação em massa, controle da pandemia e um planejamento sério da retomada econômica.

- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -