O governo do Estado deve definir ainda neste mês se vai ou não incluir novas praças de pedágios no edital de privatização do lote Noroeste das rodovias paulistas, segundo o vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB).
Na região, está previsto novo posto de cobranças entre São Carlos e Araraquara no km 255 da Rodovia Washington Luís (SP-310). Em entrevista à CBN Grandes Lagos, em Rio Preto, o político colocou em dúvidas se a Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) vai incluir novas praças no próximo contrato.
“A ideia é que a gente mantenha as praças existentes, sem as novas praças de pedágio. A ideia original da Artesp era que ela poderia subdividir e a praça de pedágio, consequentemente, o valor. Em vez de uma praça que cobra R$ 10, você tenha duas praças que cobrem R$ 5. Mais, na prática, se tem o investimento na construção dessa praça e toda essa narrativa faz com que a gente observe que é melhor que mantenha as praças atuais e não abra novas praças, mas com o preço individual menor”, afirmou.
A possibilidade de instalar uma praça de pedágio no meio do caminho entre as duas maiores cidades da Região Central desagradou políticos de todo o entorno. Nem a proposta de investimentos de R$ 234 milhões na construção de marginais ao longo da passagem pela SP-310 por São Carlos demoveu a administração de ter posição contrária ao posto de cobrança.
A mudança de posicionamento do governo paulista aconteceu após ferrenha oposição de políticos do Centro Paulista. Mandatários de todo o espectro político se colocaram contra a medida, o que acendeu um sinal de alerta no Palácio dos Bandeirantes. 2022 é ano de renovação de mandato para deputados, políticos locais atuarão como cabos eleitorais. Uma praça de pedágio é um “filho” que político nenhum assumiria.
Rodrigo Garcia, foi indicado pelo governador João Doria (PSDB) para a sua sucessão, está com 6% das intenções de voto no cenário sem o ex-governador Geraldo Alckmin, segundo o último Datafolha. Em abril, o hoje vice deve ser alçado à posição de governador e corre o risco de ter sua imagem associada à instalação de novos pedágios no interior paulista.
Concessão bilionária
A próxima concessionária administrará 1.022 quilômetros de rodovias. O principal corredor de tráfego é a Washington Luís, entre São Carlos e Mirassol, passagem para a produção industrial e agrícola rumo a capital paulista e portos do litoral.
De acordo com a agência, a nova concessão abrangerá 49 municípios do interior paulista. No total, são 1.022 quilômetros de rodovias, incluindo os trechos sob administração das concessionárias Triângulo do Sol e Tebe, além de rodovias gerenciadas pelo próprio Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
O prazo previsto para a concessão do Lote Noroeste é 30 anos. A estimativa é que as rodovias inclusas no Lote recebam R$ 11,9 bilhões em investimentos ao longo do contrato de concessão – R$ 4,5 bilhões aplicados diretamente em ampliações e duplicações de vias, além de acessos, viadutos e intervenções. O tráfego será aprimorado, assim como a segurança viária no corredor logístico formado a partir de alguns dos principais polos econômicos e turísticos do Estado.