Faltam poucos dias para um dos mais aguardados lançamentos dos amantes de futebol e colecionadores: a chegada dos álbuns da Copa do Mundo 2022. Em São Carlos a procura tem sido intensa nas bancas, mas o valor das figurinhas ainda gera “indecisão” entre quem vai ou não colecionar.
Em dez minutos de conversa, é notável a paixão de Caio Pereira Cotta pelo futebol. O professor de Educação Física se descobriu colecionador ainda pequeno, quando guardava chaveiros, cartões, tazos, os queridinhos geloucos e os famosos mini craques criados pela Coca-Cola durante a Copa de 98.
Seu primeiro álbum veio em 2002, como um presente da mãe que sabia o amor do filho pela seleção. Até 2010, ele conseguia suas figurinhas “batendo”, mas a partir de 2014 a prática de infância foi substituída pelas trocas na Praça da XV.
“Eu comprava de uma vez só o tanto de figurinhas necessárias para completar o álbum e trocava as repetidas, só depois de ter todas eu comprava o álbum e colava, para não ter rasuras tanto nas figurinhas quanto nos álbuns”, detalhou o professor.
Sua coleção é composta por nove álbuns, e não, a conta não está errada. Um álbum para as copas de 2002, 2006 e 2010, dois álbuns – capa dura e comum – de 2014 e 2018, e outros dois álbuns da Copa do Mundo de Futebol Feminino, de 2015 e 2019.
Amor antigo
O guitarrista Wagner Barros também é colecionador desde 2002, ano em que o Brasil conquistou o pentacampeonato. O primeiro álbum – que deu início a essa “história de amor” – foi um presente da avó.
“Na época tinha uma banca perto de casa, então trocávamos as figurinhas ali no bairro. O próprio dono avisava para irmos de sábado trocar e ficávamos horas ali, trocando e comprando mais”, contou ele.
De 2010 para cá, a troca regional se expandiu e seu ponto de encontrou também começou a ser a praça. “Sempre combino de ir para a praça aos sábados ou domingos para fazer as trocas. O legal é que os pais acompanham e tem um incentivo com as crianças, rola de fazer novas amizades e estimula os mais novos”, disse.
Comprar ou não comprar?
Este ano, o pacote de figurinhas custará R$ 4, o dobro da Copa de 2018 e quatro vezes o valor de 2014. Para completar o álbum são necessários 134 pacotinhos considerando as trocas, um “investimento” de R$ 536, fora o valor do álbum.
O professor Caio Cotta já afirmou que está preparado para completar mais um álbum, mas acredita que sua metodologia vai precisar mudar por volta do valor. “Esse ano me chateei um pouco com o preço, muitos amigos meus não vão colecionar, mas eu vou com certeza. Não sei se vou comprar tudo de uma vez, e nessa copa vou fazer apenas um”, contou.
Em situação oposta, Wagner decidiu não colacionar este ano devido aos “preços abusivos”. “Entendo que tem relação com o atual momento e economia do país. Estava me programando para esse álbum, mas com os valores divulgados não pretendo mais”, contou.
Já nas bancas…
A procura tem sido frequente. Na banca da Praça da XV, uma das principais da cidade na venda das figurinhas, o movimento começou logo após o anúncio, na segunda quinzena de julho.
“Todo estão querendo até já reservar, pedindo data, querendo saber quando vem. A preparação tá igual aos outros anos, é que esse ano está sendo um pouco diferente por a copa ser no final do ano. Só vamos sentir mesmo a hora que chegar”, contou.
A expectativa é que os colecionáveis cheguem às bancas na sexta-feira (19). O álbum será vendido a R$ 12 capa comum e R$ 45 capa dura. O álbum terá 670 figurinhas, sendo 50 especiais e 80 raras.