O São Paulo vem de três vitórias consecutivas e aparenta ter superado a derrota na final do Paulistão. O ótimo desempenho exibido pelos titulares na estreia do Brasileirão mostra que a equipe tem potencial para lutar na parte de cima da tabela. Para confirmar essa tendência, o time de Rogério Ceni vai em busca de mais três pontos em visita ao Flamengo, neste domingo, às 16h, no Maracanã.
Para o treinador, o jogo vale ainda mais. Rogério Ceni foi técnico do Flamengo entre 2020 e 2021, conquistando o título do Brasileirão e da Supercopa do Brasil. Foi desligado da equipe rubro-negra pela patologia crônica que afeta o clube carioca no pós-Jorge Jesus. Com o São Paulo, em sua primeira oportunidade de reencontrar o antigo time, no entanto, foi derrotado, por 4 a 0, no Morumbi. O jogo ficou marcado pelos gols assinalados por Gabigol e Bruno Henrique no primeiro e quarto minutos de partida, respectivamente.
Aquele duelo parecia ser o fundo do poço para o São Paulo, que lutava contra o rebaixamento. Ao fim do torneio, o lado tricolor conseguiu se recuperar. Com mudanças no elenco em 2022, Ceni reconstruiu a equipe e transformou sua mentalidade. Levou o grupo ao vice-campeonato paulista e dá sinais positivos para o restante da temporada. Para o São Paulo, a sina com o Flamengo vai mais além. No último encontro no Maracanã, no primeiro turno do último Brasileirão, o rival rubro-negro venceu por 5 a 1.
Do time escalado na goleada do Rio, quando o São Paulo ainda era comandado pelo argentino Hernán Crespo, apenas um jogador segue com status de titular: o meia Gabriel Sara. Se comparada a escalação do 4 a 0, quatro atletas são peças mantidas por Rogério Ceni: os zagueiros Diego Costa e Leo, o volante Igor Gomes e o artilheiro da equipe, Jonathan Calleri.
Rogério Ceni tem feito um rodízio no elenco do São Paulo para evitar grandes desgastes físicos que prejudiquem o desempenho da equipe ao longo do Campeonato Brasileiro. Com adversários fracos na fase de grupos da Copa Sul-Americana, o ex-goleiro tem optado por dar oportunidades a atletas que costumam ocupar o banco de reservas. No torneio nacional, o cenário se inverte, e os titulares voltam ao time.
“São jogos pesados. Entre tantos times na Copa do Brasil, nós pegamos um time competitivo (Juventude). O Flamengo no Rio dispensa comentários, e o próprio Red Bull Bragantino na sua casa também. Temos três jogos difíceis e vamos ter de ver quem vamos utilizar”, disse Rogério Ceni após a vitória sobre o Everton de Viña del Mar, na quinta-feira.
Atento à gestão do grupo, o técnico prefere não apontar “titulares e reservas”. O São Paulo, no entanto, conta com 13 titulares em seu elenco. Sim, 13. Além dos 11 que atuaram na goleada sobre o Athletico-PR, por 4 a 0, Gabriel Sara e Rodrigo Nestor voltam a estar à disposição e disputam vaga com Nikão e Alisson. Os atletas têm características diferentes e dão ao treinador a chance de construir um time versátil.
DESCONFIANÇA RUBRO-NEGRA
As vitórias na Libertadores, sobre Sporting Cristal e Talleres, não calaram os críticos do Flamengo nesta temporada. Tampouco apaziguaram os ânimos no Ninho do Urubu. Sem um grupo coeso nas mãos, o técnico português Paulo Sousa tem tido dificuldade em aplicar seus métodos e modelo de jogo. A transparência com a qual por vezes trata o assunto não é vista com bons olhos no elenco.
Após o empate na estreia do Brasileirão com o Atlético Goianiense, a desconfiança mudou de patamar, e um novo tropeço no Maracanã pode abrir caminho para ampliar a crise. Outro problema para Paulo Sousa será encontrar um substituto à altura de Bruno Henrique. O atacante tem uma tendinopatia no joelho direito e não enfrenta o São Paulo. A zaga também deve ter improviso, com Willian Arão ocupando lugar na defesa.