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Lazer e CulturaDia Nacional da Umbanda: “São Carlos vive racismo religioso velado”, diz sociólogo

Dia Nacional da Umbanda: “São Carlos vive racismo religioso velado”, diz sociólogo

Religião tem se tornado popular principalmente entre os jovens que, segundo ele, estão “mais críticos”

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Nesta quarta-feira (15) é celebrado o Dia Nacional da Umbanda, religião que tem se tornado ainda mais forte mesmo em meio ao preconceito a ser enfrentado. Em São Carlos, segundo o sociólogo Henrique Gbèsén, ainda se vive um racismo religioso velado e com pouco respeito pela religião no meio político.

Gbèsén, que também é cientista político e babáloórisá do Terreiro dos Ancestrais e Caboclo Pena Preta, explica que a sanção da lei em 2012 ajudou a desmistificar e dar visibilidade à religião e combater o racismo, cumprindo o papel do poder público para com a população.

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No entanto, ele ressalta que o poder legislativo municipal ainda carece de mais atenção e respeito com o povo de religiões genuinamente brasileiras. Ele cita um dos episódios vividos na Câmara Municipal, em meio ao debate sobre a introdução de outros símbolos religiosos dentro do prédio do poder legislativo.

“Quando fui embora, um vereador se achou no direito de levantar e virar os meus filhos que estavam lá dizendo ‘vocês não sabem com quem estão mexendo’ e ‘Deus é maior que todos vocês’, entre outros insultos”, contou.

Ele menciona, ainda, que todas as sessões que debatiam assuntos ligados à Umbanda foram marcadas por brigas e desrespeito político muito forte – resultado também da aristrocracia política da cidade.

“O poder político deveria se desdobrar muito mais pra dar uma atenção maior a essas religiões, principalmente porque cita da nossa cultura. O nosso racismo religioso não vem nem do vizinho de forma explícita, vem dos servidores púbicos que, na verdade, eram para estar combatendo”.

Sociólogo, cientista político e babáloórisá do Terreiro dos Ancestrais e Caboclo Pena Preta, Henrique Gbèsén

O TERMO CORRETO

O sociólogo acende o alerta sobre o uso do termo “intolerância religiosa” para religiões de matriz africana. Para ele, a intolerância predispõe de algo sanado por remédio, e não há remédio para combater o preconceito contra essas religiões.

“Esse preconceito forte dessa forma só encontramos nas religiões de matrizes africanas, e nós, de um país escravocrata de capitalismo tardio, sabemos que tudo que vem do povo preto é banalizado”, explicou.

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Festa de Erês no Terreiro dos Ancestrais e Caboclo Pena Preta (Foto: Arquivo pessoal)

UMBANDA MAIS POPULAR

O babáloórisá comenta que tem notado o aumento na busca pela umbanda principalmente em meio aos jovens, e que essa é uma situação a ser comemorada porque mostra uma mudança no modo de ver e viver de pessoas que estão em evolução.

“Esses jovens tem pensado de forma muito crítica, questionado se a religião de matriz africana é uma religião mesmo. São pessoas que irão tornar mundo muito melhor porque estão dispostos a colocar a cara sem preconceito e ver mesmo o que é ou o que não é”.

Sociólogo, cientista político e babáloórisá do Terreiro dos Ancestrais e Caboclo Pena Preta, Henrique Gbèsén

Ele enaltece, ainda, quão encantadora é a umbanda. “É uma religião que traz a musicalidade brasileira, o calor brasileiro, religião que é do povo brasileiro. Não tem como não se encantar”, finalizou.

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Thayná Cunha
Thayná Cunhahttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Repórter do acidade on desde 2019. Graduada em jornalismo pela Uniara e pós-graduada em Marketing e Mídias Digitais, atuou como assessora de imprensa e social media e escreve, principalmente, sobre lazer, cultura e comportamento.
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