A Locomotiva Teatral chega a sua última parada: o espetáculo Estação São Carlos, do grupo Retalho Coletivo. A montagem é dividida em três partes, sendo que duas são exibidas neste sábado (27), às 19h, e domingo (28), às 18h.
A reprise acontece nos dias 5, 6 e 7 de março. O espetáculo é gratuito e online. O ingresso pode ser retirado clicando neste link.
Através de trilhos imaginários, o público é convidado a conhecer as histórias inspiradas em moradores icônicos de São Carlos. Os trilhos que um dia separaram “os de cá e os de lá” tornam-se uma linha guia para revelar fortes personalidades que potencializam a cidade.
Uma população flutuante
Estação São Carlos é o primeiro espetáculo do Retalho Coletivo e foi fruto de uma pesquisa acerca dos moradores da cidade ao longo do ano de 2017.
Durante a pesquisa, o grupo buscou por pessoas que mantinham alguma relação com as ações de resistência ou construção de novas narrativas e iniciativas importantes na cidade.
As cenas foram baseadas em entrevistas com seis indivíduos com trajetórias peculiares, são eles a agricultora Dina, a educadora Nilva, a recicladora Marta, o carpinteiro Nicola, o poeta Gil Rosa e o funcionário municipal Amâncio.
“Em nossas perguntas sempre havia uma busca por tentar entender qual a história de vida da pessoa e como ela se relacionava com a cidade”, explicou Iratã Lisboa, diretor da montagem.
Além desses indivíduos, a companhia também entrevistou crianças, jovens e adultos residentes do bairro Cidade Aracy e universitários que vivem na cidade.
Trilhos que cruzam a cidade
Durante o processo, o Retalho Coletivo optou por usar os trilhos do trem como um elemento importante do espetáculo. “O trem é algo muito marcante pois ele corta a cidade inteira e continua ativo mesmo após o declínio do sistema ferroviário. Após começar a prestar atenção no apito, você começa a perceber com mais frequência as vezes em que ele está passando. Dá para escutar de qualquer canto da cidade”, afirmou Iratã.
Originalmente, nas apresentações presenciais, as 3 linhas de trem partiam simultaneamente, contendo histórias diferentes umas das outras. Na versão virtual, o grupo irá mostrar uma linha de trem diferente a cada dia.
“Usar os trilhos para percorrer a história de São Carlos hoje é uma metáfora das linhas imaginárias que ligam pessoas, histórias, relatos e ações em uma cidade que possui uma população flutuante”, finaliza Bruno Garbuio, ator da companhia.