Neste sábado (27) a cidade de São Carlos recebe, após 20 anos, o retorno do Baile do Jeans, evento que fez sucesso durante muito tempo e que se tornou um marco de diversão, entretenimento e até união de casais, segundo o ex-diretor da antiga Abasc, Albertinho Ivo de Medeiros.
Foi na década de 80 quando tudo começou, no auge da discoteca. Após o sucesso de uma 1ª festa patrocinado pela US TOP, empresa de jeans que exportava para todo o país e cuja sede de distribuição era na cidade, Albertinho teve a grande ideia de fazer um baile onde todos só entravam com calça jeans, e quem usasse a marca patrocinadora, ganhava prêmios.
“O primeiro ano se tornou um sucesso, então decidimos fazer dois no ano, um no inverno e um no verão, no inverno eu fazia em maio, começava às 22h e terminava às 6h. Tinha duas bandas e a discoteca. A gente servia café da manhã no fim do baile e no verão, em novembro, a gente servia sorvete”, contou.
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Segundo ele, eram vários estilos musicais que animavam as noites são-carlenses. As bandas que mais se apresentaram no Baile do Jeans foram Doce Veneno – banda da cidade que existe até hoje – e Placa Luminosa – grupo que fez muito sucesso a nível nacional na época.
“Na última edição do baile, em 2003, eu ainda conseguir trazer o Mauricio Mattar, logo que lançou seu disco. Ao longo dos anos também trouxe outros artistas da Globo, gente que costumava chamar atenção e atrair mais pessoas pras festas”, disse.
COMO ERA A PROPAGANDA?
É até estranho imaginar que naquela época ainda não existia a tecnologia que hoje auxilia no marketing dos eventos, mas Albertinho comenta que não tinha problemas com isso: o baile se tornou referência também no modo como as edições eram anunciadas, sempre com inovações.
“O primeiro balão que subiu na cidade foi da US Top, com uma faixa que anunciava o Baile do Jeans, e a primeira vez que anunciamos assim tivemos que fechar as portas meia-noite porque não dava para entrar mais gente. Em 1995 veio o raio laser, e a empresa foi no último andar do Hotel Vila Rica – onde é hoje a prefeitura – e lançaram no céu também anunciando o baile”, detalhou.
ESPAÇO DE DIVERSÃO E MUITO AMOR
Mesmo com dezenas de edições, o que marcava mesmo era o amor. O aposentado conta que centenas de casais se formaram em seus bailes e que hoje muitos o procuram para contar que casaram, tiveram filhos, formaram uma família.
“Prova disso é que a maioria dos ingressos vendidos para este que vai ter hoje é para frequentadores do antigo baile, que querem reviver aqueles momentos. Eu até fico emocionado de contar sobre isso, porque mexe muito comigo, a gente nunca tem dimensão de que um baile pode ser tão importante na vida dos outros”, contou.
POR QUE ACABOU?
O Baile do Jeans no tradicional clube da Abasc teve seu fim em 2003, e segundo Albertinho, foi provocado por uma série de fatores, entre elas problemas na estrutura do prédio que não dariam para ser reparados.
“Tinha risco de cair tudo se a gente fizesse o carnaval que queria em 2004, e então fizemos um orçamento para trocar todo o telhado e ficou de R$ 800 mil a R$ 1 milhão, e a Abasc foi decaindo quando inaugurou o Sesc, não tínhamos como manter, então vendemos o prédio para a Igreja Universal”, relatou.
Hoje, para ele, o que restou foi a “saudade daqueles tempos que não voltam”. “O baile de hoje é diferente. Também é para diversão, mas vai despertar aquelas lembranças que só quem viveu, tem na memória”, completou.
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