Neste sábado (24) o Rochedo de Ouro completa 20 anos de existência, aproximando e apresentando à população de São Carlos a cultura popular nordestina. Com músicas, sons e muito amor, os participantes promovem “o saber e vivenciar” do Maracatu do Baque Virado.
O grupo surgiu através de Francisco Simões, o ‘Chico’, que junto com o percussionista Éder Rocha, mergulhou no mundo da cultura nordestina, inicialmente trazendo para a cidade brincadeiras de coco, ciranda, entre outras atividades, que hoje são representadas nas músicas.
“Fomos batizados com esse nome em uma fogueira de Xangô, na casa da mãe de santo Silva Conceição, em 24 de junho de 2003, e desde então temos essa data como o nosso batismo e vivenciamos essa cultura”, explicou Victor Cherubin Alves, mais conhecido como Gordo, que faz parte do grupo há 16 anos.
VEJA TAMBÉM
Comédia, animação e ficção: veja lançamentos dos streamings e cinemas em São Carlos
Artistas de São Carlos vão cantar na Festa do Peão de Barretos: “Felicidade que não cabe”
Ao longo desse tempo foram vários aprendizados e desafios, mas que nunca impediram o grupo de vivenciar a cultura através de oficinas gratuitas de dança e música, com percussão e canto, e de apresentações nos mais diversos lugares, dando uma “palinha” do que é o verdadeiro Maracatu.
“Aqui a gente trabalha um pedacinho do que é cultura, que é a música no baque, no canto, e a dança, e tentamos difundir essa cultura para o maior número de pessoas na cidade. Queremos ocupar culturalmente os espaços públicos da cidade, principalmente as ruas”, contou.
Em 2011 foi formalizada a Associação Cultural Rochedo de Ouro, com o objetivo de ampliar ainda mais o alcance e potencial dos trabalhos dos participantes.
“Fica um compromisso do grupo para com as tradições do Maracatu, mas também com o empoderamento e apropriação da cultura popular brasileira pelo seu próprio povo, o qual vêm sendo sistematicamente excluído e privado de suas raízes históricas e culturais”.
MARACATU É PARA SENTIR
O Maracatu é uma manifestação cultural que envolve a música e a dança, um patrimônio material brasileiro que cresceu bastante desde a década de 90. Com origens africana, indígena e portuguesa, é ritmado por chocalhos, tambores e agogôs e dançarinos que agitam as ruas nos famosos “arrastões”.
Gordo comenta que a cultura do Maracatu não é algo qualquer: transmite emoção, vibração, conexão, e quem “o deixa entrar”, passa a entender e sentir as coisas de outras formas.
“Quem já passou por aqui é porque sentiu um pouco essa energia, que é ancestral e perpassa histórias anteriores, de luta, de sofrimento, de resistência do povo negro brasileiro, então acho que é uma história bastante importante de continuar sendo contada”, completou.
COMO VIVENCIAR ESSA CULTURA?
O Rochedo de Ouro tem ensaios abertos todas às sextas-feiras, às 19h, no Grêmio Recreativo Flor de Maio, e divulga nas redes sociais mais eventos, oficinas e atividades.
Nesta sexta, o grupo terá uma “Festa na Rua” para comemorar os 20 anos, das 18h às 23h. Haverá artistas convidados, venda de bebidas, camisetas e copos comemorativos. A mesa será comunitária e os organizadores pedem a colaboração de um prato junino.
LEIA MAIS
Submarino do Titanic: veja outros passeios que bilionários fazem