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Lazer e CulturaVila Prado, 130 anos: Livro, documentário e instituto devem fortalecer a memória de bairro tradicional

Vila Prado, 130 anos: Livro, documentário e instituto devem fortalecer a memória de bairro tradicional

Na Fesc da Vila Prado, um projeto de resgate da memória local é conduzido pelo professor Adilson Marques

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ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO DE SÃO CARLOS

A Vila Prado, compreendida originalmente entre a rua Dr. Duarte Nunes e até quase a antiga Estrada dos Arrudas, se expandiu, ganhou satélites e ficou populosa. É uma das regiões com maior número de habitantes da cidade.

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Com tamanhas mudanças populacionais dos últimos anos, uma preocupação premente entre os que vivem no local “desde sempre” está a preservação da memória.

Na Fesc da Vila Prado, um projeto de resgate da memória local é conduzido pelo professor Adilson Marques. Em uma roda de conversa, participantes relatam lembranças da Vila Prado, Bela Vista, Boa Vista e Jardim Pelicano.

“Quando começamos a trabalhar era mais um bate-papo mesmo. A gente se reunia ali, levava a pessoa, tomava um cafezinho”, conta o professor.

As memórias da Vila Prado, em São Carlos

Com início despretensioso, as conversas ganharam importância com o tempo. O público participante das rodas de conversa é sênior, com muitos acima dos 60 anos de idade. A perda de alguns “entrevistados”, como o ícone do teatro são-carlense Angelo Bonicelli, fez com que um sinal amarelo acendesse para a organização dos painéis.

“Não tínhamos essa preocupação histórica, mas fizemos um bate-papo com o Angelo Bonicelli, memória do teatro amador, passou um tempo e ele morreu. Daí pensamos: ‘Precisamos guardar esse material’. Daí começamos a gravar”, relata.

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Após as primeiras gravações em celular, a qualidade baixa deixou a desejar nos primeiros vídeos. Daí surgiu uma parceria com a TVE São Carlos, que realiza a gravação de um material, que posteriormente integrará um documentário.

Todas as semanas, com um convidado diferente, os integrantes do grupo da Fesc se reúnem para conversar sobre a história do bairro. De cada cabeça diferente é revivida uma lembrança, que, compartilhada, se torna uma memória da comunidade.

As rememorações, por vezes, compartilhadas posteriormente com a família dos idosos, ganham amplitude maior, que poderá ser difundida com maior vigor com os novos projetos do grupo.

Para 2024, na sequência das comemorações dos 130 anos da Vila Prado, um documentário e um livro são planejados por Marques e seu grupo. Os formatos multimídia darão caráter mais formal à história que hoje é contada de boca em boca.

Outros planos mais ambiciosos frequentam as mentes dos frequentadores do grupo de memória da Fesc. É a criação do Instituto de Cultura e Memória da Vila Prado, cujo estatuto está redigido.

A iniciativa já foi pré-apresentada para empresários do bairro e deve ter uma nova reunião a ser agendada em breve.

O antigo taxi da Vila Prado

“Sentimos essa necessidade vindo dos alunos, que querem ampliar o trabalho [de memória do bairro]. A ideia é reunir doações das empresas para um instituto com caráter educativo, ter a Fesc como parceira, e promover atividades para preservar a história e a cultura do bairro”, explica.

Outros sonhos dos alunos relatados por Marques é a recuperação de casarão que serviu como clube de funcionários da IPL (Indústrias Pereira Lopes), no início da Rua Larga, entre a Candido Padim e a Dr. Duarte Nunes. O local serviu como moradia para o dono da fábrica de sabão Apolo, que hoje é a Igreja do Nazareno.

“Temos uma ideia para, com apoio, reformar aquele casarão e colocar a sede de nosso instituto lá”, vislumbra.

Outra possibilidade, mais plausível, é uma parceria com o Colégio Diocesano para a cessão de uma sala do antigo palacete do Major José Inácio. As conversas, afirma o professor, já foram iniciadas.

“Eles têm a ideia de fazer uma manutenção. Daí falamos da possibilidade de fazer uma parceria e conseguir uma manutenção do local. Nos pediram para mandar uma coisa mais formal, estamos trabalhando neste sentido”, comenta.

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Bruno Moraes
Bruno Moraeshttps://www.acidadeon.com/saocarlos/
Bruno Moraes é repórter do acidade on desde 2020, onde faz a cobertura política e econômica. É autor do livro “Jornalismo em Tempos de Ditadura”, pela Paco Editorial.
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